CPMI dos Correios quer parceria com Ministério Público
Os dirigentes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios reúnem-se daqui a pouco com o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Eles pretendem acertar uma parceria que permita o trabalho conjunto entre as duas instituições. Segundo o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), o Ministério Público será acionado para representar contra pessoas sobre as quais a CPMI venha a apurar indícios de prática de crime.
Serraglio admitiu que até agora a comissão não conseguiu levantar as provas que a Justiça exige para incriminar alguém. "Temos um mundo de provas sendo investigadas", afirmou. "Estamos pedindo a presença de um integrante do Ministério Público para que, à medida que nós tivermos coisas completas, elas tenham andamento".
O relator também quer que o Ministério Público ajude a CPMI a obter provas de que, a mando do empresário Marcos Valério, documentos importantes sobre as operações de suas agências de publicidade vinham sendo destruídos em Belo Horizonte. Essas provas seriam fundamentais para embasar o pedido de prisão preventiva do empresário.
Provas contundentes
Na opinião de um dos sub-relatores da CPMI, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), os documentos já recebidos pela comissão são "provas contundentes" e suficientes para indiciar parlamentares e dirigentes partidários por corrupção e crimes eleitorais. Ele alerta, porém, que os corruptos estão ficando cada vez mais sofisticados e deixando poucos rastros.
Fruet espera que o depoimento da funcionária Simone Vasconcelos, da agência SMPB, previsto para terça-feira (2), possa esclarecer alguns pontos que ainda estão sob suspeita. "Ela retirou R$ 9 milhões em espécie de um banco, o que não é comum em nenhum lugar do mundo", lembrou o parlamentar. "Esperamos que possa dizer para quem deu esse dinheiro, e não simplesmente lembrar a cor do casaco das pessoas que foram recebê-lo".
O parlamentar calcula que a equipe da CPMI que está analisando os documentos já recebidos, em parceria com técnicos do Banco Central, do Tribunal de Contas da União e do Prodasen, leve de 15 a 20 dias para conseguir cruzar todos os dados financeiros e fiscais, a origem e o destino do dinheiro movimentado nas contas dos investigados.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) foi designado para fazer o controle do material já analisado e do acesso dos parlamentares a essas informações.
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