Delcídio Amaral vai conversar com o Procurador-Geral da República sobre depoimento de doleiro
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou hoje (17) que os parlamentares precisam ser cautelosos com relação às informações prestadas pelo doleiro Antônio Oliveira Claramunt, conhecido como Toninho Barcelona. "É preciso tomar muito cuidado com as informações. Principalmente em função da situação do sr. Toninho Barcelona, para que, à luz dos holofotes da CPI, ele não venha a afirmar, em seu depoimento, coisas que depois não tem condições de provar e conseqüentemente expondo as pessoas de maneira desnecessária", disse Delcídio Amaral em entrevista à Rádio Nacional. O presidente da CPMI ressaltou que vai conversar com o Procurador-Geral da República, Antônio Fernando de Souza, sobre o assunto. "Ele acompanha esse caso do Toninho Barcelona já há um bom tempo. Vou conversar com ele para que, inclusive, tenhamos os subsídios necessários para avaliar esse depoimento", afirmou. Delcídio Amaral disse que irá discutir na reunião de hoje da CPMI se Toninho será ouvido em Brasília. "Ele faz afirmações que fez operações em dólar para autoridades do governo, para o PT, fala também de outros partidos. Essas são as informações que aparentemente ele teria condições de dar em um depoimento à CPI. Mas temos que ter muito cuidado, muita cautela com relação a isso", declarou o senador. Ontem Toninho Barcelona foi transferido para a capital paulista, sob escolta da Polícia Federal, para um encontro com um grupo de parlamentares da CPMI dos Correios. O doleiro falou, por aproximadamente três horas, na Delegacia Geral de Investigações da Polícia Civil de São Paulo. O doleiro foi preso pela Polícia Federal e está detido desde agosto de 2004 em um presídio em Avaré (SP), condenado por remessa de dinheiro para o exterior. Estima-se que tenha movimentado, em apenas uma de suas contas, mais de US$ 190 milhões.
Comentário do blog: Ontem, quando assistia à TV Senado, ouvi um senador afirmar - se não me engano foi Demóstenes Torres, de Goiás - que "ninguém melhor do que um criminoso condenado [referindo-se ao doleiro Toninho da Barcelona] para saber e conhecer detalhes sobre atividades criminosas, principalmente nesse caso específico, relacionado com remessas de dólares ao exterior."
Concordo com o ilustre senador. Ou será que vão querer ouvir, na CPMI dos Correios - e faço a referência com todo o respeito devido - as madres carmelitas descalças dos conventos brasileiros? Ora, ora, nobres senadores! Quem sabe detalhes sobre a bandidagem é o bandido, o marginal, o fora-da-lei, ok? O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) - e não me refiro à Vossa Excelência como bandido ou coisa parecida - também não apresentou provas. Apenas citou fatos que presenciou, como testemunha, portanto.
É certo que a prova testemunhal, nos processos, é conhecida no meio jurídico como "a prostituta das provas".
Mas é impossível limpar o esgoto da política brasileira sem sujar as mãos, ok? Tem que sujar as unhas pintadas com esmalte incolor, nobres e impolutas "Excelências".
"De leve", como dizia o grande colunista Ibrahim Sued, do "Globo", no Rio.
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