Elite política faz conchavos para acordão do mensalão

O blog vai até Brasília, em busca de informação quente. Para isso, bebe na fonte limpa do excelente e muito bem informado jornalista cuiabano, radicado na Capital Federal, Jorge Bastos Moreno, do jornal "O Globo", do Rio (vamos citar a fonte, caros colegas).
Leia abaixo sobre os conchavos que começam a ser formulados em Brasília. Como diria o Boris Casoy, e eu também e todos os brasileiros: --Isso é uma vergonha!

ELITE POLÍTICA FAZ CONCHAVOS PARA ACORDÃO DO MENSALÃO

Ignorando a indignação popular, políticos fazem piquenique na cratera do vulcão
E atenção: um dos citados, Eunício Oliveira, acaba de ligar negando estar entre os operadores do Acordão. Diz que trabalha pela agenda positiva e pela reforma eleitoral e partidária. Do Lago Norte ao Lago Sul, da Asa Sul à Asa Norte, passando pelas residências oficiais e mansões, reuniões secretas rompem as madrugadas em busca de saídas negociadas para as punições aos mensalistas do Congresso. Não se trata de nenhuma operação abafa, até porque isso não dá mais, se desse... Trata-se de uma tentativa de reduzir o número de cassados, poupando os mais importantes e entregando as cabeças dos bagrinhos. Pode ser -- e tomara -- que não dê em nada. Mas tentam um acordão. As conversas abragem o chamado "sacro colégio" do Congresso, ou seja, os grandes formadores de opinião da Casa. Alguns deles estão na lista dos mais influentes parlamentares feita pelo Diap. Os operadores desse acordo estão em todos os partidos e a maioria ocupa cargos de lideranças formais e de destaques nas CPIs. O grupo tenta envolver na causa os presidentes das duas Casas. Severino Cavalcanti e Renan Calheiros estão sendo seduzidos pela causa. Alguns ex-presidentes das Casas participam da operação, menos Sarney e ACM. Mas Sarney não está no time dos que querem sangue. Sua preocupação é apenas Lula. Já ACM está se lixando para a sorte dos acusados e a do próprio presidente, mas também não está tacando fogo. Do PFL, ACM Neto e Rodrigo Maia resistem às pressões dos comandos das CPIs. Os dois têm o apoio do presidente Jorge Bornhausen. Do PT, ninguém consegue obter a conivência de Tarso Genro e Berzoini. Os dois querem cortar na carne. No PMDB, a operação está sendo comandada por Jáder Barbalho, Eunício Oliveira e o acusado José Borba. No PSDB, as pressões para o acordão estão alojadas no Senado. No PP, José Janene está ameaçando todo mundo: "Não vou sozinho". Estão identificados, como réus, apenas os coordenadores do Mensalão. Grande parte dos mensalistas não foi sequer identificada. Na Cãmara, palco da guilhotina, o diagnóstico é o seguinte, segundo um veternano:
1-- Existem cem deputados que votam seguramente pela cassação, não importa quem seja o acusado.
2 -- Existem cem que não votam contra colegas, de jeito nenhum, por mais que muitos deles não gostem de Zé Dirceu, por exemplo.
3 -- Pedro Correia, presidente do PP,é o campeão de impunidade. É o maior surfista do Parlamento: domina todas as ondas contra ele. Vem escapando de punições desde que chegou ao Congresso. Pode escapar mais uma vez.
4 -- João Paulo é outro que pode escapar. Tem enorme penetração no baixo clero. Se escapar, o bicho pega ele no PT. Está desgastado no partido. De origem simples, o cargo de presidente não lhe subiu à cabeça. Não mudou quando o PT chegou ao poder. Seu erro foi envolver-se tão escancaradamente com Marcos Valério.
5 -- Não existem provas objetivas contra Sandro Mabel. Mas as evidências são fortes. Pode escapar. É difícil, mas pode escapar.
6 -- PFL vai defender com unhas e dentes o mandato de Roberto Brant. " É um dos parlamentares mais competentes do Congresso", vangloria-se Jorge Bornhausen.
7 -- Não há milagres para José Dirceu. Ele vai à Justiça.
8 -- Não haverá clemência para Roberto Jefferson.