Marinho detalha a corrupção nos Correios
O GloboBRASÍLIA. Após discutir com o Ministério Público a possibilidade de se beneficiar da delação premiada, o ex-chefe da divisão de Contratação dos Correios Maurício Marinho, flagrado recebendo propina de R$ 3 mil em nome do PTB, decidiu dar detalhes do esquema de corrupção montado na estatal para arrecadar recursos especialmente para PTB, PT e PMDB. Em depoimentos sigilosos, transcritos em 82 páginas, Marinho acusa Hassam Gebrim, ex-presidente da estatal ligado ao PSDB, de ter fechado entre 2001 e 2002 contratos superfaturados com a Skymaster, responsável pelo correio aéreo noturno. Marinho confirmou ainda ter participado ativamente do esquema de corrupção montado na estatal para beneficiar empresas em licitações em troca de doações para partidos.
Pressões por causa da eleição
Ele contou que, em 2004, em razão das eleições, sofreu muita pressão, inclusive do então presidente da estatal, João Henrique, nomeado pelo PMDB, para que viabilizasse com fornecedores a confecção de material de propaganda política. Marinho decidiu atender apenas aos pedidos de João Henrique, que solicitou ajuda para uma campanha em Rondônia; e de seu chefe direto, o então diretor de Administração, Antônio Osório, nomeado pelo PTB, que solicitou contribuições para nove cidades baianas, entre elas Porto Seguro e Eunápolis. Ele citou, inclusive, o nome das empresas que contribuíram: Incomir, ELC/Starlock, Polycart e Multiformas, as mesmas que teriam sido beneficiadas por Marinho em licitações e das quais ele teria recebido entre setembro de 2004 e abril deste ano cerca de R$ 20 mil de propina. Outro beneficiado teria sido o ex-diretor Comercial Carlos Eduardo Fioravanti, segundo suplente do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB). Seus pedidos de contribuição teriam sido atendidos pelo empresário Arthur Waschek Neto, o mesmo que assumiu ter montado o flagrante de corrupção de Marinho. Waschek é representante da Polycart, empresa que tem um faturamento mensal nos Correios de R$ 400 mil. Ainda segundo Marinho, grandes fornecedores dos Correios teriam colaborado para campanhas do PT e PMDB em prefeituras de capitais.
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Comentário do blog: Como já escrevi ontem (25) à noite, o tristemente famoso aquidauanense (natural de Aquidauana, Mato Grosso do Sul) Maurício Marinho - que tem família vivendo aqui no Pantanal Sul - resolveu contar tudo, ou pelo menos parte do que sabe às autoridades do Ministério Público. Ele deve ser uma verdadeira mina de ouro no tocante às informações que guarda na sua memória, que precisa ser ativada para que todo o esquema de corrupção que assola o país seja descoberto, revelado e os responsáveis tenham a exemplar punição.
Conheci o sogro do Marinho, que mora em Aquidauana, MS, cidade belíssima que merece ser visitada, no Portal do Pantanal Sul e na margem direita do rio de mesmo nome. Ele usa um telefone que está em nome de Marinho, na lista telefônica. É comerciante em Aquidauana. Uma pequena loja, com uma portinha apenas, onde adolescentes curtem jogos eletrônicos.
Pernambucano e muito simpático, a sogro de Marinho é só elogios quando lembra dele. Pede, no entanto, que o seu nome não seja revelado aqui no blog e eu mantenho o acordo. Afinal, como disse ontem (25) na CPMI dos Bingos, o advogado Rogério Tadeu Buratti, "família é família e merece ser preservada". Até hoje, pelo menos, não há nada que indique participação de outras pessoas, ligadas a Maurício Marinho por laços familiares, no esquema de corrupção montado nos Correios e que tinha intensa participação dele.
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