PDT homenageia Getúlio na Cinelândia neste 24 de agosto

O blog, que não tem nenhuma ligação com o PDT e nem com o PTB, publica notícia sobre a homenagem que será realizada ao presidente Getúlio Vargas:

PDT homenageia Getúlio na Cinelândia neste 24 de agosto
Getúlio Vargas é homenageado pelo PDT na próxima quarta-feira, 24 de agosto, a partir das 17 horas, no 51º aniversário de sua morte. A homenagem será prestada no busto de Getúlio existente na Cinelândia, no Centro da Cidade, onde são esperados dezenas de pedetistas. Getúlio matou-se com um tiro no coração em 1954 para fazer frente à tentativa de golpe de estado dos direitistas da UDN liderados pelo jornalista Carlos Lacerda - e deixou, como advertência à Nação, a sua Carta Testamento.
Depois do ato no busto às 17 horas, às 19 horas será feita solenidade na Camara Municipal do Rio de Janeiro pela passagem do 51º aniversário do falecimento de Vargas, por requerimento do Vereador Brizola Neto. Na oportunidade também será lançado o livro "Política e Direitos Humanos", de Cristina Buarque de Holanda.
No dia 25 de agosto, às 18 horas, dentro do Projeto Brasil Trabalhista coordenado por Arnaldo Mourthé, será promovida uma mesa redonda na sede da Fundação Leonel Brizola - Alberto Pasqualini, na rua do Teatro 39, dentro do Módulo Social. O tema será "Política Social de Getúlio Vargas e a realidade atual" que tratará dos assuntos saúde, seguridade, leis trabalhistas e habitação.
A mesa será moderada pelo jornalista e escritor José Augusto Ribeiro, e terá como expositores Eduardo Costa, Marilena Ramos Barbosa e Maria Inês Trindade. Após as exposições será realizado debate.
Fonte: Ascom - PDT

Comentário do blog: Nos meus tempos de estudante e de trabalhador na imprensa do Rio, a Cinelândia era conhecida como "Brizolândia". Eram fiéis seguidores do governador Leonel Brizola que ficavam na Praça, durante todo o dia, com material de propaganda e bandeiras do PDT. Ai de quem ousasse passar por ali, falando mal do governador Brizola. Era briga na certa.
Num fim de semana, nos anos de 1986 ou 1987, fui pautado pelo meu chefe de reportagem, Ely Moreira - hoje na direção da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no Rio -, para cobrir uma reunião do diretório do PDT, no Centro.
Se não me falha a memória, ficava na Rua Buenos Aires ou na Rua da Alfândega. Fui ao local no carro de reportagem, ao lado do motorista Paulo. Fiz toda a cobertura, inclusive entrando ao vivo na programação do Sistema Globo de Rádio, e também gravando entrevistas para uso posterior, nos noticiários em rede nacional. Era a única equipe de reportagem de rádio presente.
Na saída, alguns aposentados, sentados num banco próximo ao diretório, abordaram o carro de reportagem e foi iniciada uma gritaria. Protestavam contra as Organizações Globo. Eram problemas com a Rede Globo de Televisão, Jornal Nacional e jornal "O Globo". Começaram, então, a pegar o carro, um Chevrolet Marajó, por baixo, como se fossem virar. Naquele momento, usei minha voz alta e dei um grito. "Parem com isso já! Que negócio é esse? Então, eu passo várias horas aqui cobrindo tudo, ao vivo, sem censura, e agora vocês querem virar o meu carro, o "Amarelinho da Globo"? Eu e o motorista somos apenas trabalhadores. Se não, estaríamos na praia neste fim de semana. Chega! Se querem reclamar vão até o Jardim Botânico e falem com o doutor Roberto [Marinho, presidente das Organizações Globo]", berrei.
Todos pararam, meio sem graça. Apareceu alguém e disse: "Deixem que eles sigam destino". Ou algo parecido.
Eu e o Paulo respiramos fundo, olhamos um para o outro e eu emendei: "Manobre logo, vire a frente da Marajó para a Avenida Rio Branco e 'pé na tábua', rumo à Glória [onde ficam os dois edifícios geminados do Sistema Globo de Rádio, na Rua do Russel, 434]."
O motorista Paulo não pensou duas vezes e acelerou fundo.
Estávamos salvos. Esse era o clima naqueles anos 1980.
Mas nunca, jamais, sofri censura no Sistema Globo de Rádio (Naquela época, com Globo AM, Globo FM, Eldorado AM, Mundial - hoje CBN - e 98 FM).