Procurador-geral da República pede discrição e responsabilidade ao Ministério Público
Brasília - O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu ontem (21) que o Ministério Público trate suas investigações com discrição e responsabilidade, "tendo como base as garantias constitucionais asseguradas a todos os cidadãos". A declaração foi uma crítica indireta à divulgação do depoimento do advogado e ex-secretário do ministro Antonio Palocci, Rogério Buratti, na última sexta-feira pelos promotores do Ministério Público do Estado de São Paulo.Para o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, não houve abusos. Segundo ele, o depoimento de Buratti "deu-se em investigação em que não foi decretado sigilo".No depoimento, Buratti acusou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de receber R$ 50 mil mensais de empresa coletora de lixo e entulho na época que era prefeito de Ribeirão Preto (SP). A divulgação das declarações de Buratti foi feita pelo promotor Sebastião Sérgio da Silveira, uma das pessoas responsáveis pelo depoimento. Em entrevista coletiva, o ministro Antonio Palocci, também criticou a divulgação do depoimento. Para ele, os promotores se anteciparam em divulgar o depoimento de Buratti. "Acho que existiu indiscrição de autoridades. Autoridades que saem no meio de um depoimento e contam parte do depoimento estão sendo indiscretas, legalmente indiscretas", disse Palocci.
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