Parecer da comissão de sindicância será lido na segunda

Depois de três meses de investigação sobre o envolvimento de deputados no suposto esquema do "mensalão", o relator da comissão de sindicância da Corregedoria, deputado Robson Tuma (PFL-SP), anunciou hoje a conclusão de seu parecer. O relatório, que foi lacrado, só será lido e votado pela comissão de sindicância na segunda-feira (12).
Segundo Tuma, o relatório cita os mesmos 18 deputados listados no parecer das comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs) dos Correios e da Compra de Votos. "Não posso antecipar o voto, mas não há nenhuma intenção de ir contra o trabalho das CPMIs", comentou.
A comissão de sindicância, criada em 8 de junho, durou 56 sessões. Os trabalhos foram prorrogados por duas vezes. A comissão realizou 36 reuniões e ouviu 55 pessoas, entre elas 20 deputados, um senador e três ministros.
A comissão analisou 31 processos - alguns deputados foram processados mais de uma vez. As investigações resultaram em 15.769 páginas de documentos, dispostas em 13 caixas, 48 disquetes, 6 CD-ROMs, 1 DVD, 5 fitas VHS e 2 fitas cassete.
Outro relatório
A sindicância também analisou processos contra quatro deputados que não foram acusados de recebimento de "mensalão". O relatório sobre esses casos deve ser divulgado na quarta (14) ou na quinta-feira (15). São eles:- a deputada licenciada Raquel Teixeira, que declarou ter recebido proposta de recebimento de "mensalão" do líder do PL, deputado Sandro Mabel (GO), para se filiar ao partido;- o deputado Dr. Francisco Gonçalves (PTB-MG), que afirmou ter visto a presença de uma mala de dinheiro no plenário, ainda no ano passado;- o líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ), que divulgou lista apócrifa de assessores e deputados do PT que teriam feito saques das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza;- o deputado Paulo Pimenta, que recebera de Marcos Valério lista sobre doações não contabilizadas na eleição de 1998 em Minas Gerais.
As informações são da Agência Câmara.