Época: Até onde vai a faxina
Esqueçam da gente
Essa é a aposta dos deputados que irão a julgamento depois de Roberto JeffersonGustavo Krieger e Leandro Loyola
Confira a seguir um trecho desta reportagem, que pode ser lida na íntegrana edição da revista ÉPOCA de 19/setembro
Gláucio Dettmar/ÉPOCA
Um grupo de deputados roeu nervosamente as unhas durante a apuração dos votos que cassaram o mandato do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Ameaçados de degola por envolvimento no escândalo do mensalão, eles assistiram à contagem com olhos de quem avalia o próprio futuro. O resultado final, que apontou 313 votos contra Jefferson, era esperado, mas mesmo assim assustou. Ficou claro que a Câmara está decidida a atender à opinião pública para tentar recuperar sua credibilidade. Com poucas chances de vencer em plenário, os parlamentares querem ganhar tempo. A estratégia ficou evidente na corrida ao Supremo Tribunal Federal, em busca de liminares para retardar os processos de cassação. ''Quem ficar no final da fila pode se beneficiar com o cansaço da mídia e do país'', confessa um dos cassáveis. ''Ninguém vai prestar muita atenção no julgamento do 14º ou do 15º acusado.'' Ao todo, são 16 deputados a caminho da forca.
Até Jefferson, que jurou ter ''sublimado o mandato'' em seus discursos, foi à Justiça para tentar suspender a cassação. No caso dele, as chances são praticamente nulas. O presidente do Supremo, ministro Nelson Jobim, autor da liminar que paralisou por alguns dias o processo contra seis deputados do PT, já disse em conversas reservadas que a corte pode interferir no andamento dos julgamentos, garantindo mais prazo para a defesa, mas não vai contestar o mérito das decisões.
''A porteira foi aberta'', afirma o deputado Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP). ''Esse placar de 300 votos pela cassação deve se repetir na maioria das votações'', prevê o experiente deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). ''Alguns votos vão mudar de lado a cada caso, mas vai prevalecer o instinto de sobrevivência da maioria da Câmara.'' Instinto de sobrevivência é algo muito forte nos políticos envolvidos no caso do mensalão. Dois deles já se anteciparam ao julgamento. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi o primeiro a renunciar. Na segunda-feira 12, foi seguido pelo colega de bancada Carlos Rodrigues. Com isso, garantem a possibilidade de disputar as eleições do ano que vem e voltar ao Congresso como se nada tivesse acontecido. Quem for cassado perde os direitos políticos por oito anos.
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