Presença de coronel que prendeu Genoíno causa tumulto na CPI

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) causou há pouco um tumulto na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Mensalão, pois entrou na sala da CPI acompanhado do coronel que prendeu Genoíno na época em que este participou da guerrilha do Araguaia (PA). O líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), protestou com veemência contra a presença do coronel. O presidente da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), resolveu logo o incidente e também condenou a presença do coronel, que foi retirado da sala. Amir Lando disse que não tinha informação sobre o fato e que, primeiramente, tentou resolver o assunto discretamente, mas não pôde impedir o tumulto provocado, posteriormente, por Bolsonaro. Em seguida, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), também protestou contra a atitude de Bolsonaro. Os demais parlamentares também se pronunciaram e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) elogiou Arthur Virgílio, dizendo que foi alertada por ele sobre a presença do coronel na sala da CPI.
Genoíno agradeceu a manifestação dos parlamentares, condenando igualmente o incidente, mas ressalvou que manifestações isoladas como aquela não podem e nem devem atingir o conjunto das Forças Armadas.
As informações são da Agência Senado.

Comentário do blog: Acompanhei o incidente pela TV Senado, ao vivo. Foi realmente um tumulto. No fim de tudo, o mais elogiado foi o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), responsável pelo alerta feito aos demais parlamentares, sobre a presença do coronel no recinto da CPI. Governo e oposição acabaram unidos nesse fato. É fato que, hoje em dia, as Forças Armadas querem distância da política partidária. Há uma preocupação, cada vez maior, com a profissionalização das tropas. Tudo de maneira constitucional e sem interferência no Governo. Sou testemunha disso, pelo menos desde 1979, quando estudava no Rio de Janeiro e cursei o CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva), do Exército. Conversando com oficiais recém-formados pela AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), naquele ano e nos anteriores, pude sentir de perto essa orientação profissional.