Sou um preso político e não sou culpado, diz Maluf
"Veja, André, as injustiças acontecem; e eu tive uma vida de grandes realizações [cita várias obras feitas por ele, quando prefeito e governador de São Paulo]. Pessoas como eu são perseguidas, não sei porque. Sou um preso político, não conheço esse doleiro citado; tudo isso é uma cortina de fumaça para acobertar o que acontece com o PT."
Sobre os 11 dias passados na cela, Maluf diz que "minha rotina é normal, como a dos demais presos; leio e hoje estou lendo a Bíblia e recebi uma cartinha da minha netinha [começa a chorar, emocionado] que diz ter orgulho de mim e que eu sou um avô maravilhoso. Eu não sei porque eu estou preso; quero dizer que mais de 90% dos juristas ouvidos dizem que a minha prisão é ilegal. Eu me apresentei antes mesmo do alvará [mandado de prisão] chegar até mim; meu filho Flávio também se apresentou, inclusive usou um helicóptero dele, dando carona aos policiais federais, que estavam armados; depois ele foi algemado e filmado por um repórter que tinha uma câmera oculta. Vejo isso tudo como uma provação desta vida, para que na próxima eu possa ter algo melhor para mim."
O repórter André Guilherme pergunta: Como é estar preso? Maluf responde que "Quem deveria estar preso era o doleiro [Vivaldo Alves], pois ele é o criminoso; quem deveria estar aqui preso era ele, e não eu."
"No Brasil, todos devem ser iguais perante a lei, mas eu não fui, pois temos o único doleiro solto no País, e que disse que não me conhece; essa é a única verdade que existe, pois ele não é testemunha e sim criminoso; é um doleiro."
Quanto à conta Chanani, Maluf diz que ela não pertence a ele, mas sim ao doleiro Vivaldo Alves. O ex-governador de São Paulo continua garantindo que não tem contas no exterior.
Para ele, a sua prisão não tem fundamentação jurídica. "É uma prisão política", ressalta Maluf.
"Não sou culpado de nada, não fiz nada de errado, moro na mesma casa há 40 anos, na Rua Costa Rica; e eu até queria saber por que eu estou preso, pois a minha família não merece isso que está passando", diz Paulo Maluf.
Quanto a futuras candidaturas, Maluf reflete: "Eu te pergunto, André: Vale a pena fazer tantas coisas como eu fiz na vida? Enquanto estou aqui, o doleiro [Vivaldo Alves], que é criminoso, está solto e rindo de todos. Por isso, eu ainda vou refletir sobre o que farei no futuro."
O repórter André Guilherme relata ao apresentador Nelo Rodolfo, do jornal "Hora da Verdade", da Rede Jovem Pan Sat, que o ex-governador Paulo Maluf estava muito bem vestido, durante a entrevista. Calçava sapatos pretos, muito bem lustrados, camisa italiana e calça social. Ele acorda às oito horas da manhã e pode ficar fora da cela até às 18 horas. Depois disso, ele tem que retornar à cela, onde está também o seu filho Flávio. Há mais um preso na cela deles. São 68 celas e Maluf está na cela número 10, que é fria. Paulo Maluf usa a cama de cima do beliche e seu filho Flávio dorme na parte de baixo. A comida consumida pelos dois é a mesma dos outros presos.
O repórter André Guilherme informa que foi observado o tempo todo por agentes da Polícia Federal e estagiárias do setor de comunicação social da instituição. Mas ninguém interferiu no conteúdo da entrevista, ressalta André Guilherme.
Para OUVIR a entrevista exclusiva de Paulo Maluf à Rede Jovem Pan Sat, retransmitida para o Pantanal Sul, com exclusividade, pela Rádio Independente, clique AQUI
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