Tribuna da Imprensa: Só falta Severino confessar
Empresário confessa e detalha extorsão
Buani disse que pagou entre R$ 110 mil e R$ 120 mil ao então primeiro-secretário da Câmara
BRASÍLIA - Em relato de pouco menos de uma hora, o empresário Sebastião Augusto Buani confessou ontem, em detalhes, como pagou "R$ 110 mil ou R$ 120 mil" em propina ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), entre 2002 e 2003, para garantir o funcionamento de restaurantes e lanchonetes no Congresso. Em 2002, Severino era primeiro-secretário da Casa, cargo que deixou em janeiro do ano seguinte. Mas teria continuado a receber pagamentos mensais de R$ 10 mil até "agosto ou setembro" de 2003.
As revelações complicam a situação do presidente da Câmara, que vem negando insistentemente as denúncias de corrupção. Os pagamentos, disse o empresário, foram feitos em dinheiro vivo, diretamente ao deputado ou a secretárias dele. Apenas uma vez, em junho de 2003, o suborno foi pago em cheque, do Banco Bradesco.
A primeira quantia paga, segundo Buani, foi de R$ 40 mil, entregue nos primeiros dias de abril de 2002. Era o preço da assinatura de Severino em um documento - que hoje se sabe ser ilegal - prorrogando a autorização de funcionamento dos restaurantes e lanchonetes até janeiro de 2005. Buani disse ter presenciado a assinatura, em 4 de abril de 2002.
Segundo Buani, o documento foi apresentado numa reunião - no gabinete da primeira-secretaria - com Severino e o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE). Ele disse ter ficado "satisfeito" com a prorrogação, mas emendou: "Aí surgiu o que eu não esperava. Ele (Severino) disse: 'Deixe de ser chorão, você vai ter mais três anos de contrato, você me dá R$ 20 mil por cada ano.'
Eu falei que não tinha a mínima condição e ele disse: 'Então R$ 50 mil.' Briga, briga, chegamos aos R$ 40 mil. Retirei parte do dinheiro no banco e o resto complementei com o faturamento do dia", contou. Buani citou poucas vezes o nome do deputado, mas esclareceu: "Quando digo 'ele', é sempre o primeiro-secretário."
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