Candidato de Delcídio à presidência do PT-MS divulga nota oficial
1 – Tenho um profundo respeito pelos diversos grupos, tendências e correntes organizadas do Partido dos Trabalhadores, até porque a diversidade de pensamento e a pluralidade enriquecem o debate e fortalecem o PT e sua democracia. Respeito também a militância e a base social do partido.
2 – Ressalto que tanto a Democracia Socialista, liderada pelo Deputado Federal João Grandão, como a Articulação de Esquerda, capitaneada pelo Vice-Governador Egon Krackeke e o Deputado Estadual Pedro Kemp, que sempre criticaram com veemência as alianças feitas pelo Governador Zeca do PT por serem pragmáticas e não programáticas, não se dispuseram a participar sequer de uma reunião comigo para discutir um programa ou um projeto para o PT em Mato Grosso do Sul.
3 – Para justificar apoio a outro candidato no segundo turno essas mesmas correntes utilizaram o argumento de que o Senador Delcídio do Amaral teria feito acenos ao PSDB. Ora, é público e notório que o Senador jamais afirmou que deixaria o partido. Ele confirmou que estava sendo assediado por outras agremiações, mas sempre manteve a firme determinação de ser candidato a governador em 2006 pelo PT.
4 – Essas correntes, ao optarem por manter o PT como ele está hoje, ou estavam desinformadas ou têm outros propósitos, que desconhecemos.
5 – O Partido dos Trabalhadores precisa de mudanças na sua prática política e na sua imagem. É necessário resgatar a credibilidade do PT.
Além disso, a direção do partido precisa de legitimidade, independência e autonomia em relação ao governo.
6 – A sociedade brasileira observa atenta o Partido dos Trabalhadores e espera gestos no sentido da mudança e do resgate das bandeiras históricas do partido. É lamentável que grupos que sempre cobraram firmemente uma postura ética e combativa do partido agora optam por apoiar um candidato que não tem demonstrado apego a valores essenciais que o PT sempre preservou.
Campo Grande, 3 de outubro de 2005
SAULO MONTEIRO DE SOUZA
Comentário do blog: O candidato Saulo Monteiro de Souza afirma que "é público e notório que o Senador jamais afirmou que deixaria o partido. Ele confirmou que estava sendo assediado por outras agremiações, mas sempre manteve a firme determinação de ser candidato a governador em 2006 pelo PT."
Por uma questão de compromisso com a verdade, creio ser esta uma meia verdade. O senador Delcídio jamais confirmou que deixaria o PT, mas fez e manteve um formidável mistério sobre a sua permanência do partido. Tanto é verdade que, apenas na manhã de sábado (1.º), numa entrevista coletiva marcada para as 9 horas, confirmou que ficava no PT.
Em política, quem não quer sair de um partido não fica mantendo suspense por meio da mídia. Ou sai ou fica e ponto final.
Comportamento desse tipo, já escrevi aqui, causa o comentário feito pelo presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul, deputado Waldir Neves, que não foi retrucado até este momento: "Parece que o senador Delcídio usou o PSDB para barganhar alguma coisa com o PT."
Como dizia a minha querida vovó pantaneira: "Menina de família não permite ser assediada e, quando isso acontece, denuncia logo às autoridades."
O jovem senador Delcídio, de excelente e correta família pantaneira de Corumbá, na fronteira com a Bolívia, deveria saber que na política também é assim.
A não ser que existissem outros interesses, ainda não revelados, por trás de todo o suspense da novela "ficar ou não ficar no PT, eis a questão".
Só isso. Ou tudo isso.
De leve, como escrevia o colunista Ibrahim Sued, no jornal "O Globo", do Rio.
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