Fim da novela: Delcídio fica no PT
Terminou a novela que se arrastava há semanas. O senador Delcídio Amaral fica no PT. O blog publica reportagem dos colegas jornalistas Inara Silva e João Prestes, do site Campo Grande News (vamos citar a fonte, caros colegas):
O senador Delcídio do Amaral, que ameaçava sair do PT, reafirmou neste sábado que permanece no partido. Agora como candidato ao governo de Mato Grosso do Sul com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os rumores de que podia deixar a legenda causou revolta nas lideranças petistas no Estado e gerou um clima de insatisfação interno no partido, que tinha o nome do senador como consenso para a sucessão estadual. Delcídio se disse disposto a provar sua lealdade à militância e pediu desculpas publicamente se por acaso seu comportamento possa ter gerado dúvidas. O senador reuniu a imprensa em seu escritório no Jardim dos Estados em Campo Grande para esclarecer o motivo de sua decisão. Antes da entrevista, em clima eleitoral, o senador foi recebido por militantes vestidos com camisetas vermelhas e munidos de bandeiras, que gritaram em coro o nome do parlamentar. Ao receber os jornalistas, o senador fez uma exposição de meia hora antes de começar a responder as perguntas.Delcídio explicou que se reuniu com o presidente Lula na quinta-feira e está decidido a disputar as prévias do PT com outros nomes na disputa ao governo. Um que passou a ser cogitado esta semana é o do vice-governador Egon Krakhecke. O senador teve uma semana de indefinição, pois chegou a se reunir com a cúpula do PSDB para discutir sua possível filiação e depois voltou a conversar com lideranças petistas, como o senador Aloísio Mercadante. Fato que fortaleceu os tucanos do Estado, que decidiram rejeitar a filiação e a direção da legenda no País acabou retirando o convite de filiação feito anteriormente. O senador argumentou que nunca foi desleal à militância e o que aconteceu foram assédios de personalidades de projeção nacional de vários partidos. Fato que ele considerou natural. Delcídio se disse disposto a renovar o PT, a “construir uma cara nova da honestidade e da ética” dentro do partido.
Conversa com Lula
O senador Delcídio do Amaral disse que foi incumbido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva da missão de renovar o PT, restaurar valores como a ética e a honestidade que fundamentaram o partido e que foram deturpados “por algumas lideranças” que devem ser “extirpadas”. Na conversa que teve com o presidente Lula, o senador relatou sua situação no PT estadual em que chegou a ser acusado de “infidelidade” por ter analisado mudar de partido. Segundo o senador, o presidente reagiu com naturalidade e frisou que “os partidos têm direito” de disputá-lo, já que se trata de uma personalidade com projeção nacional por conta de sua atuação na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios. “Foi a conversa mais franca que tive com o presidente Lula. Ele me disse que eu não podia sair do PT, que deveria ficar para ajudá-lo a renovar o partido. Construir um PT plural, nos moldes dos partidos de esquerda da Europa.” A conversa sobre esse assunto teria concluído com uma convocação por parte do presidente para que ele seja o candidato do PT no Estado e ajudar no projeto de reeleição de Lula.Sobre as conversas com outros partidos, Delcídio admitiu contatos apenas com lideranças nacionais, tanto do PSDB (José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin), como do PDT (Carlos Lupi) e do PFL (Jorge Bornhausen). Negou, entretanto, que tenha discutido sua ida para o PSDB com a direção regional e, portanto, não quis responder declarações do presidente regional do partido, deputado estadual Waldir Neves, que acusou-o de fazer barganha com o episódio. “Só conversei com líderes tucanos nacionais que são meus amigos”.
O presidente aconselhou-o a ter serenidade, equilíbrio, entender que se trata de uma “figura nacional” capaz de provocar turbulências com uma simples declaração e pediu que não se envolva em brigas regionais. Os entendimentos com o governador Zeca do PT e outras lideranças do partido serão mediados por Lula, afirmou Delcídio. Na próxima semana eles devem se reunir com o presidente em Brasília e retomar o diálogo.
Ao reclamar para o presidente de que estava sendo acusado de deslealdade por integrantes de seu partido no Estado, devido ao assédio de outras legendas, o senador disse que Lula lembrou de um episódio ocorrido em 2000, na eleição para prefeito de Campo Grande: “Você lembra quando lançamos o Ben-Hur? Quando assuntamos, tinha gente negociando com o André.” Lula teria citado o nome do traidor na época, e que continua com projeção no partido, afirmou Delcídio. Ele não citou o nome.
A busca do entendimento torna-se o objetivo principal do senador. Não houve críticas diretas nem ao governador, nem a secretários ou outras lideranças do partido. Ele entende que as relações foram prejudicadas por distorções de declarações suas e assegura que em nenhum momento afirmou que queria sair do PT. Só relatou os convites que estava recebendo. As estratégias nesse sentido, aliás, foram iniciadas pelo próprio governador, disse Delcídio, quando chegou a sondar a possibilidade de levar o senador ao PDT para fazer uma composição que mantivesse a atual aliança de sustentação a seu governo na Assembléia. “Política é um jogo de xadrez”, raciocinou. Abandonaram a idéia ao perceber que seria complicado explicar a situação para a militância.
Comentário do blog: Esta postagem foi feita no período da tarde, mas com horário da manhã deste sábado, para manter a cronologia dos fatos e a honestidade no relacionamento com os (as) leitores (as).
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