Dono da SMP&B trocou pelo menos 37 telefonemas com comitê de Serra em 2002
Reportagem divulgada nesta segunda-feira (10) pelo jornal O Estado de S.Paulo revela que o sócio do empresário Marcos Valério e dono das agências SMPB e DNA, Cristiano de Mello Paz, trocou pelo menos 37 telefonemas com o comitê financeiro do tucano José Serra durante a campanha presidencial de 2002.
Os dados constam dos sigilos telefônicos de Paz, em poder da CPI dos Correios. Por ser o principal sócio do empresário, ele teve os sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados pela comissão. Procurado pelo jornal, Serra disse hoje que não sabia de nada.
As ligações entre Paz e o comitê financeiro de Serra foram feitas entre agosto e outubro de 2002, na reta final das eleições presidenciais.
Os dados da CPI mostram que o publicitário ligou pelo menos 18 vezes de seu celular em Minas para outro celular com DDD mineiro, registrado em nome do Comitê Financeiro Nacional - Campanha José Serra Presidente.
O banco de dados da Receita Federal confirma que o número de cadastro que aparece na quebra do sigilo telefônico é realmente do comitê financeiro tucano.
Os telefonemas feitos por Paz somam 28 minutos de conversa. O celular de Minas registrado pelo comitê financeiro de Serra foi desativado.
O publicitário também recebeu 19 ligações do mesmo celular do comitê de Serra. Neste caso, foram 30 minutos de conversas. O último telefonema recebido pelo publicitário aconteceu no dia 17 de outubro, já no segundo turno da eleição à Presidência da República.
De acordo com a reportagem, na prestação de contas do PSDB ao Tribunal Superior Eleitoral não há registro de doações das empresas do publicitário para o tucano ou gastos de Serra com as agências dele.
Marcelo Leonardo, advogado de Cristiano Paz, afirmou ao Estadão que o publicitário "acredita" que as ligações tenham sido trocadas com Pimenta da Veiga, ex-ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique e um dos coordenadores da campanha de Serra em 2002.
O advogado disse que Cristiano Paz ofereceu serviços de publicidade para a campanha de Serra, mas o ex-ministro teria declinado da proposta. As demais conversas, diz o advogado, teriam versado sobre amenidades e fofocas da campanha tucana. "Eles são amigos há 20 anos e se falam semanalmente há muito tempo", garantiu Leonardo.
Apesar da justificativa, os técnicos da CPI não conseguiram encontrar até agora nenhum telefonema feito ou recebido pelo publicitário para quaisquer números registrados em nome de Pimenta da Veiga. Os dados em poder da CPI remontam ao ano de 2000.
O ex-ministro das Comunicações é um dos políticos mais próximos de Marcos Valério. A quebra do sigilo bancário do empresário mostrou que Pimenta da Veiga recebeu R$ 150 mil da agência SMPB. Segundo Valério, pela "prestação de serviços advocatícios", mesma versão de Pimenta da Veiga.
Além das ligações entre Paz e o comitê de Serra, a comissão já identificara telefonemas de Valério para o comitê de Aécio Neves (governador de Minas) em 2002 e para o senador Eduardo Azeredo (presidente do PSDB) entre 2001 e 2002.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home