Tarso: CEN desconhecia financiamento paralelo
"O PT nunca decidiu, orientou ou tomou nenhuma atitude com relação a finanças paralelas e nenhum membro da Executiva tinha conhecimento da estrutura paralela", afirmou na tarde desta segunda-feira (3) o presidente nacional do PT, Tarso Genro.
Tarso disse que não tinha nada a comentar acerca das supostas declarações do ex-dirigente Silvio Pereira, publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, nesse domingo (2). Ele teria afirmado que todos os membros da Executiva Nacional do PT teriam conhecimento de repasse de dinheiro não-contabilizado às campanhas petistas.
“Trata-se, na verdade, de uma afirmação já desmentida pelo próprio Silvio Pereira", afirmou Tarso, em referência à nota enviada pelo ex-dirigente ao jornal, e publicada hoje.
Na nota, Silvio afirma que em nenhum momento disse que os dirigentes do PT tinham conhecimento de operações com receitas não-contabilizadas. O que disse, ressalta na nota, foi “que o PT fez acordos eleitorais que pressupunham o compartilhamento dos custos de campanha”.
Falta de foco
Tarso voltou a criticar o trabalho das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), instaladas para apurar as irregularidades.
“As CPIs não conseguem apurar fatos, perderam o foco. Na verdade, estavam sendo instrumentalizadas partidariamente pelos partidos de oposição, sem nenhum resultado objetivo”, afirmou.
Segundo Tarso, o PT, internamente, irá punir seus quadros, se isso for necessário, "na medida das responsabilidades" de cada um.
O presidente do partido voltou a explicar a necessidade de respeitar a lei para que haja punições. “Há rituais determinados pelo estatuto partidário e pela lei”.
Tarso lembra que não pode haver processos sumários dentro do Estado de direito democrático. “Os processos têm de obedecer aos rituais, inclusive para que a má punição, a punição feita de maneira equivocada, não se torne uma pizza a posteriori, ou seja, que sejam depois anuladas pela justiça”, disse.
Ele afirmou também que o partido quer saber se e de onde teriam vindo recursos do exterior. "Nós queremos saber, e as CPIs devem explicação à sociedade brasileira. Até o momento, o que se sabia é que seria fruto de um processo de corrupção sistema no Estado brasileiro. Se veio dinheiro do exterior, é necessário que se avalie para quem veio, de que, porque e desde quando”, defendeu.
Provas
Para Tarso, os resultados apresentados pelas CPIs até o momento são importantes, mas ainda inconclusivos. “Temos de exigir que as CPIs apontem provas, elementos que sejam mais abrangentes, mas que tenham foco concreto, para que apurem ilegalidades cometidas por partidos, mas também os corruptores. E isto as CPIs ainda nos devem”, lembrou.
Ele entende, no entanto, que as investigações irão evoluir para apresentar resultados satisfatórios à sociedade. “Como eu acredito no Congresso, na Câmara Federal, na Democracia; acredito que as CPIs vão se recuperar”.
Tarso lembrou que assumiu a presidência do partido com o compromisso de fazer a transição e de tomar atitudes duras contra irregularidades. “Fiz as duas coisas", avaliou.
Vladimir Braga, do Portal do PT
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