Promotor garante que Celso Daniel sabia de corrupção em Santo André
- Celso Daniel conhecia todo o esquema de corrupção em Santo André e concordava com ele, desde que os recursos arrecadados fossem canalizados para um suposto 'caixa dois' do PT a ser usado em futuras campanhas eleitorais - disse o promotor.
Roberto Winder Filho afirmou que Celso Daniel foi assassinado depois que descobriu e passou a não concordar com o desvio do dinheiro arrecadado para contas particulares, entre elas as de Sérgio Gomes da Silva (o Sombra), apontado pelo promotor como o principal idealizador e mandante do assassinato.
De acordo com o promotor, as investigações levadas à frente pelo Ministério Público não se restringem apenas ao assassinato de Celso Daniel. Elas também se destinam a apurar o que chamou de um grande esquema de corrupção instalado em Santo André, que iadesde à arrecadação de dinheiro junto a empresas que prestavam serviços à prefeitura, com destaque para as de ônibus; superfaturamento de obras públicas; cobrança fraudulenta de multas de trânsito; além de fraudes em licitações de coleta de lixo e aterro sanitário.
Segundo Roberto Winder Filho, o esquema era encabeçado por Sérgio Gomes da Silva, o empresário ligado ao ramo de transporte Ronan Maria Pinto, além do secretário de Assuntos Municipais de Santo André, Klinger Luiz de Oliveira. Ele disse ainda que mais pessoas se beneficiavam do esquema de corrupção.
O promotor informou ainda que nas primeiras investigações sobre a morte de Celso Daniel foram identificadas "falhas gritantes", como o não reconhecimento de que o prefeito foi torturado.
Também prestou depoimento à CPI dos Bingos o promotor de Justiça Amaro José Thomé Filho que, a exemplo de Winder, também ajuda na apuração da morte de Celso Daniel. Ele está convicto de que o prefeito foi morto "por encomenda", e não vítima de crime comum, conforme garantem membros do PT, bem como as primeiras autoridades policiais que iniciaram as investigações.
A delegada Elizabeth Satto, responsável pela reabertura do inquérito, que também depôs nesta quarta-feira na CPI, disse que a empregada do prefeito a procurou para dizer que havia encontrado na área de serviço do apartamento de Celso Daniel "sacos de lixo contendo dinheiro", dias antes de ele ser assassinado.
As informações são de Cláudio Bernardo, repórter da Agência Senado.
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