Empresário reconhece repasse da Visanet pela DNA

O empresário Ricardo Ramos Quirino, sócio da agência de publicidade Grottera, informou que os R$ 442 mil repassados pela DNA para sua agência se referiram ao projeto África do Centro Cultural Banco do Brasil, ocorrido entre novembro de 2003 e janeiro de 2004.
Quirino contou, durante depoimento na sub-relatoria de Contratos da CPMI dos Correios, que quando foi convocado pediu para sua contabilidade verificar se havia alguma irregularidade em seus contratos. A empresa encontrou os depósitos da agência DNA. Quirino, então, pediu explicações ao Banco do Brasil e, segundo ele, o BB respondeu que esses recursos saíram da conta da Visanet, por meio da DNA — mas o empresário enfatizou que nunca fez nenhum trabalho para a Visanet.
Desvio de recursos
A avaliação do sub-relator, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), é que "na melhor das hipóteses, houve desvio dos recursos da Visanet, que não deveriam ser utilizados para pagar contas do CCBB".
Cardozo também trabalha com a hipótese de que os recursos da Visanet tenham sido usados para aplicar mais dinheiro na DNA, uma vez que o limite de pagamento do BB para agências de publicidade podia estar estourado (o limite para cada agência contratada era de no máximo 40% do contrato total).
A CPMI já havia constatado esse depósito e Cardozo diz que também há a suspeita de que a DNA estava utilizando verbas da Visanet para outros usos, que não os de publicidade. Além disso, o deputado suspeita de que a DNA estaria recebendo do BB e da Visanet pelo mesmo serviço.
Quirino está convocado para, na próxima terça-feira (20), prestar mais esclarecimentos. Durante esta semana, a contabilidade de sua empresa será analisada pela CPMI.
A reunião prossegue na sala 2 da ala Senador Nilo Coelho, do Senado Federal.
As informações são da Agência Câmara.