Convocação de Duda depende de resultados da viagem aos EUA, diz Delcídio

O senador Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da CPI dos Correios, afirmou ontem (31), que a convocação de Duda Mendonça para um segundo depoimento na comissão irá depender do que vão encontrar os parlamentares brasileiros que estão nos Estados Unidos em busca de dados sobre a movimentação financeira do publicitário no exterior.
- Essa viagem vai servir para avaliar se vale a pena trazer Duda de novo. Vamos ver o que eles têm lá fora - disse Delcídio.
A comitiva formada pelos deputados Osmar Serraglio (PMDB-PR), Maurício Rands (PT-PE) e Eduardo Paes (PSDB-RJ), relator e relatores-adjuntos, chegou à América do Norte nesta terça-feira pela manhã. À tarde, segundo Delcídio, eles estavam reunidos com membros da Procuradoria Distrital de Nova York.
Para dar mais tempo aos membros da missão, a reunião administrativa do colegiado, que estava agendada para esta quarta-feira (1o de fevereiro), foi adiada para a quinta (2), às 10h. Nela devem ser votados diversos requerimentos, entre eles vários pedidos de convocação do marqueteiro do presidente da República, apresentado oficialmente por vários parlamentares. O senador Delcídio passou a tarde analisando esses documentos.
Duda Mendonça possui pelo menos três contas bancárias nos Estados Unidos: a Dusseldorf (empresa com sede nas Bahamas e que tem conta em Nova York), através da qual ele admitiu ter recebido R$ 10,5 milhões do Partido dos Trabalhadores (PT), via caixa dois/"valerioduto", pelos serviços de marketing político prestados durante a campanha eleitoral de 2002; a Eleven (em Nova York); e uma no Ocean Bank (Miami).
Há suspeitas de que ele tenha feito uso do mesmo esquema montado com o PT em 2002 em outras eleições. Em setembro, a CPI solicitou ao Departamento de Justiça americano a quebra dos sigilos das contas de Duda, mas o acesso foi negado, sob o argumento de que tratava-se de informações sigilosas.
O Departamento de Justiça, em Washington, está no roteiro da viagem dos parlamentares, que pretendem convencer as autoridades estrangeiras de que "a CPI têm força para investigar irregularidades", conforme afirmou o deputado Osmar Serraglio.
As informações são de Raíssa Abreu, repórter da Agência Senado