Suassuna, Serys e Malta são inocentados da acusação de participação na máfia das ambulâncias
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar inocentou, nesta terça-feira (28), os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES) das acusações de participação na chamada "máfia das ambulâncias". Somente Suassuna sofreu a medida disciplinar, de censura verbal, por entenderem os membros do Conselho que ele usurpou as prerrogativas do cargo ao conceder poderes demais a seus assessores. A pena foi sugerida pelo senador Wellington Salgado (PMDB-MG), por meio de voto em separado ao relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM), que havia sugerido perda de mandato de Suassuna pelo mesmo motivo.
Suassuna, Serys e Malta foram investigados pelo Conselho de Ética porque tiveram os nomes citados no relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas. No entendimento dos membros da CPI Mista, havia indícios ou provas de seu envolvimento com a máfia das ambulâncias.
Os relatórios aprovados indicaram que, apesar da falta de provas, há indícios de que pessoas próximas a Serys e a Suassuna tenham colaborado com o esquema de fraudes criado para utilizar irregularmente recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias destinadas a municípios a preços superfaturados. No caso de Magno Malta, o relator, senador Demóstenes Torres (PFL-GO), afirma que há indícios, mas não provas, de recebimento de vantagem indevida.
Defesa
Em sua defesa, na reunião desta terça-feira, Suassuna afirmou que foi "injustamente acusado nestes últimos cento e quarenta dias de agonia", e que "não desejava isso a ninguém". O senador pela Paraíba disse ainda que, assim que soube do envolvimento do seu nome na CPI Mista dos Sanguessugas, tomou todas as providências cabíveis para ajudar na investigação, demitindo funcionários, pedindo licença da liderança do PMDB e, ainda, colocando-se à disposição da CPI Mista e da Corregedoria do Senado.
- Infelizmente, atualmente, parlamentar é sinônimo de marginal. O próprio relator afirmou que não estava julgando um parlamentar, mas um sistema. Eu não desejo que isso aconteça com ninguém - afirmou Suassuna, ao se referir ao relator do seu caso, o senador Jefferson Péres.
Para Serys, a comprovação da sua inocência por unanimidade significa que "não houve pizza". Ela lembrou ainda que desde que soube do envolvimento do seu nome com a quadrilha de fraudadores, autorizou imediatamente a quebra dos seus sigilos fiscal, bancário e telefônico.
- Tenho uma história de vida inteira pautada pela absoluta integridade de princípios éticos. Por isso, nunca imaginei que isso pudesse acontecer comigo. Mas aconteceu e o povo sabe avaliar - afirmou Serys, em entrevista à imprensa.
Depois do anúncio do arquivamento do seu processo, Magno Malta afirmou que sua inocência é a "demonstração da fidelidade de Deus".
- Nunca coloquei emenda para [aquisição de] ambulância e nunca liberei nenhuma ambulância. Também não considero que tenha recebido um carro emprestado de bandido, mas, sim, de um amigo e ao amigo o carro devolvi depois de um ano e meio de uso. Foram quatro meses de sexta-feira da Paixão, mas hoje foi meu domingo de Páscoa - desabafou Magno Malta.
Ao encerrar a reunião, o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), afirmou que o colegiado, que estava representado por parlamentares de todos os partidos, cumpriu sua obrigação.
- Todos os partidos não podem estar errados juntos - concluiu o senador.
As informações e a foto são da Agência Senado
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