Artigo: O rancor, a vingança e o político
Por Armando de Amorim Anache (*)
Confúcio ensinava que a pessoa não deve se vingar, pois da vingança vem o arrependimento.
Francis Bacon escreveu que "Com a vingança, o homem iguala-se ao inimigo. Sem ela, supera-o."
Algumas pessoas, no entanto, quando assumem um cargo, político ou não, usam da vingança contra aquelas outras que ousaram não concordar com as suas idéias.
Já dizia o meu saudoso avô imigrante: "Quer conhecer bem uma pessoa? Dê a ela uma bela mesa, uma cadeira confortável e poder, muito poder."
E alertava: "Tenha mais cuidado, meu filho, se ela nunca tiver sido nada na vida e carregar muito rancor no coração."
A História registra grandes políticos que, vindos de uma vida pobre ou miserável, souberam superar todas as dificuldades. Tornaram-se formidáveis estadistas, lembrados até hoje.
No entanto, aquela pessoas que, ao assumir um cargo importante, só tem tempo para perseguir quem ousa criticá-la, ou simplesmente discordar das suas atitudes, não terão dias tranqüilos quando forem apeadas do poder. Afinal, este tem início, meio e fim. A História prova isso.
Madame Swetchine afirmou que "A força que tiramos do rancor e da irritação é apenas fraqueza".
Então, qual o motivo de tanto rancor, de procurar a vingança, a perseguição?
O poderoso de hoje, com muitos áulicos (cortesãos palacianos, em bom português de Corumbá e, para identifica-los, use o meu método: Veja fotos antigas e, nelas, observe quem sempre está, nos últimos 20 ou 30 anos, junto aos poderosos; são, na maioria das vezes, os mesmos) ao seu redor, será o arrependido e esquecido de amanhã.
Um dos políticos mais antigos deste estado, desde os tempos do Mato Grosso unificado, Londres Machado, costuma ensinar - àqueles que tem a humildade de ouvi-lo, ao contrário de outros que pensam tudo saber - que, em política, "devemos ciscar para dentro, e não para fora."
Portanto, poderoso de hoje, comece a "ciscar para dentro", sem perseguições, vinganças ou rancores.
Sorria, pois a vida é bela e merece ser vivida mais com camisas de mangas curtas, no calor de Mato Grosso do Sul, do que em abafados paletós com gravata.
Não se esqueça, jamais, de quem refrigerou a sua vida, no passado, fomerntando o seu progresso e desenvolvimento, nos momentos mais difíceis. Afinal, "A gratidão é um fruto de grande cultura; não se encontra entre gente vulgar.", como disse Samuel Johnson.
Deixe a vulgaridade de lado. Seja grande! Não esqueça o seu passado. Orgulhe-se dele! A não ser que o seu passado não mereça ser mostrado a todos.
E, como escreveu Baltasar Gracián y Morales, "Não há maior vingança do que o esquecimento." Cuidado, portanto, perseguidor e vingador de hoje. No futuro, suas vítimas usarão do esquecimento contra você.
(*) Jornalista. escreve no Blog do Armando Anache (www.aanache.blogspot.com) e na página "A luta de um repórter pela vida" (http://aaanache.googlepages.com/home)
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