A ética recomenda a citação da fonte da notícia
Aqui no blog, sempre que uso material jornalístico produzido por colegas jornalistas, faço sempre questão, por dever de ofício, de citar a fonte, com o nome do profissional escrito, sempre, em negrito. É um compromisso com a ética e, acima de tudo, o reconhecimento pelo trabalho intelectual e profissional.
No fim da tarde de ontem (8), às 17h46, este blogueiro telefonou para o ex-prefeito e ex-deputado estadual Raul Freixes (PDT), para confirmar se ele havia protocolado o seu pedido de renúncia, como candidato a vice-prefeito de Aquidauana, 135 quilômetros a oeste de Campo Grande.
Freixes, mostrando surpresa pela informação que o blog tinha, disse que sim. "Renunciei, sim, Armando; o povo nas ruas queria que eu fosse candidato a prefeito, não a vice; sou candidato a deputado estadual em 2010", disse Raul Freixes, por meio do seu telefone celular.
Ele estava em Campo Grande. Em seguida, corri até o Estúdio "A" da rádio Independente e, ali, veiculei a notícia no ar, às 17h52, dentro do jornal "A Hora da Verdade", transmitido em cadeia com a rede Jovem Pan Sat.
O edital, com a renúncia de Raul Freixes, somente seria afixado, no mural do Cartório Eleitoral, na Vila Cidade Nova, próximo à prefeitura de Aquidauana, às 18 horas.
Nos meus tempos de estudante de jornalismo, os alunos aprendiam sobre o sagrado dever de "citar a fonte" de uma notícia, quando se trata, em especial, de um "furo jornalístico", ou seja, publicar - nos jornais e, agora, na internet - ou falar - no Rádio e na TV - o nome do meio de comunicação de massa que veiculou a notícia em primeira mão.
Hoje em dia, com a velocidade da internet, percebe-se que a citação da fonte começa a ficar fora de moda. Muitos se esquecem, "cochilam" no momento de dar crédito ao colega que correu, procurou as fontes ou foi por elas contatado, apurou, verificou a veracidade do informe, consultou outras fontes e tudo o mais para, finalmente, chegar ao produto final, que é a notícia correta e baseada em fatos, jamais em suposições.
Uma pena!
O "jornalismo de gabinete refrigerado" ameaça substituir, aos poucos, a velha e eficiente e dinâmica e muito mais gostosa prática de "correr atrás", "gastar sola de sapato", consumir muita gasolina dos carros de reportagem, subir morros, acompanhar tiroteios ao vivo, freqüentar delegacias de polícia, batalhões da PM, Ministério Público, Fórum da Comarca, Corpo de Bombeiros Militar; além das dezenas ou centenas de telefonemas diários, para manter contato com as fontes.
Ou, como dizia no Rio de Janeiro dos anos 1980, o meu antigo e competente chefe de reportagem Ely Moreira, distribuindo as pautas e liberando as equipes de reportagem, nos seus respectivos veículos: "Vamos, vamos, 'vambora' rapaziada, lugar de repórter é na rua, na rua, na rua!"
Neste século 21, parece que, cada vez mais, "lugar de repórter é dentro da redação, com ar condicionado, café quente e água gelada, ouvindo rádio e lendo blog e copiando tudo, sem ao menos citar a fonte."
Lamentável!
O blog registra e acompanha.
Comentário do blog: Já comentei, no texto publicado acima. Aproveito para ilustrar, acrescentando aqui o que está escrito no "Manual de Redação da Folha de S. Paulo, Ed. Publifolha, 2001".
Em "Procedimentos", capítulo que "...apresenta as diversas etapas da produção do jornal...", está escrito, na página 42:
"Furo tomado - A Folha não deixa de publicar informação que outro jornal, revista, emissora de rádio ou TV já tenha noticiado com exclusividade. A Folha cita nominalmente o veículo de comunicação que tenha dado um furo importante (grifo do blog)."
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