Cine Brasília apresenta : Os intocáveis do Delcídio
Essa obra de ficção faz lembrar um filme de grande sucesso, que conta a história de um grupo de homens que tinha como objetivo provar os crimes cometidos pelo "gangster" Al Capone, que dominava a Chicago dos anos 1920 e 1930.
O funcionário da Receita Federal americana, Eliot Ness, consegue a colaboração do contador de Al Capone, que abre o bico e conta tudo o que sabia sobre as atividades criminosas do seu patrão.
Este repórter, com a pequena experiência adquirida nos anos 1970, 1980 e 1990, quando fazia uns "bicos" como gerente, bilheteiro, porteiro, lanterninha, atendente de "bombonière", operador de máquina de passar filmes (ofício ensinado pelo primo mais velho, Antonio Leo e pelo "Gordo") e lavador de banheiros no Cine Anache - auxiliado por Roberto, "Mané" e "Chemã Patron" - assistindo milhares de filmes dos mais variados gêneros, acha incrível a semelhança do roteiro deste sucesso de Hollywood com a situação de crise política vivida pelo Brasil.
O simpático carequinha e empresário Marcos Valério, da SMP&B Comunicação - que o impagável José Simão, da Folha de S. Paulo, chama de "Seu Mensalão Pago Em Brasília" - reuniu-se na semana passada com o procurador-geral da República.
Sua intenção era negociar uma "delação premiada". O empresário contaria tudo o que sabe - como fez o "book keeper", o contador ou guarda-livros de Al Capone - e receberia, em troca, benefícios previstos em lei.
O procurador-geral não aceitou a proposta, pois não sabe ainda a gravidade de tudo o que possa ter sido feito nas operações capitaneadas pelo empresário de Belo Horizonte, denunciado pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), de ser o responsável pelo pagamento do mensalão a parlamentares que formam a base de apoio do presidente Lula.
Já circula na CPMI dos Correios, presidida pelo senador corumbaense e boa praça Delcídio Amaral - agora também "beijoqueiro de santo", conforme publicado no jornal O Globo, do Rio - , e em todas as redações bem informadas do Brasil, uma lista de deputados federais do PP (Partido Progressista), entre eles o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), que seriam beneficiários do mensalão.
Severino nega de pés juntos e, como bom pernambucano e "cabra arretado", fica "muitcho aperreado" quando ouve a acusação.
A solução, então, é chamar "Os intocáveis do Delcídio".
Neste período de turbulência política vivido pelo Brasil, apenas um grupo formado por homens valentes e incorruptíveis será capaz de garantir a segurança do empresário carequinha Marcos Valério & seus amigo$ de operaçõe$ financeira$.
Ele precisa ter garantia de vida para poder falar à vontade tudo o que sabe, "duela a quién duela", como dizia o ex-presidente Collor no início dos anos 1990 do século passado.
Ao seu lado, Marcos Valério terá o ex-tesoureiro do PT, o barbudo professor de matemática Delúbio Soares, que precisa muito mais do que um reforçado colete à prova de balas para revelar, com detalhes, como ajudava a "desencravar unhas de amigos necessitados".
É bom lembrar do ex-ditador Anastácio Somoza, da Nicarágua, que pensava estar seguro no exílio de luxo, acabou com uma explosão causada por um foguete lançado contra o seu carro.
E mais : a Polícia Federal, conforme já noticiado aqui no blog - com informação do jornalista Ricardo Noblat - alerta que o carequinha Valério poderá fugir a qualquer momento do Brasil.
Nesta semana irão depor, a partir da terça-feira (19), na CPMI dos Correios, em Brasília, o ex-secretário nacional do PT, Sílvio Pereira; o ex-tesoureiro Delúbio Soares, que já admitiu que o partido usava, "como todos os demais", caixa dois nas campanhas políticas; e a "socialite" e "locomotiva do high society", a ex-mulher do deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP), Maria Christina Mendes Caldeira.
O leitor deve imaginar como ficará a temperatura ambiente em Brasília, com tantas revelações. Como diria o rei Roberto Carlos, "são tantas emoções".
Os intocáveis do Delcídio precisam entrar imediatamente em ação, garantindo que as "mais inatingíveis profundezas, onde estão os verdadeiros tubarões do dinheiro público, possam ser iluminadas", não só pela imprensa livre - como dizia o grande Rui Barbosa - mas principalmente pelos depoimentos daqueles que estão dispostos a contar tudo, recebendo em troca os benefícios da lei.
Com Al Capone foi assim. Ele não foi condenado por nenhum crime de contrabando, assassinato ou formação de quadrilha durante a vigência da Lei Seca.
O gangster de Chicago foi acusado, processado, julgado - com direito a ampla defesa - e condenado por causa do dinheiro que movimentava.
Al Capone "esqueceu" de pagar o imposto de renda ao "Tio Sam".
Seu contador sabia disso e contou a Eliot Ness.
Com os livros da contabilidade abertos, Capone foi finalmente aprisionado.
Não está na hora de deixar o carequinha abrir os seus livros, até agora muito bem guardados ?
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