O Globo: "Valério que entre na Justiça", diz Genro
‘Valério que entre na Justiça’
Tatiana Farah e Thaís Pimentel
SÃO PAULO e BELO HORIZONTE - O presidente nacional do PT, Tarso Genro, reagiu ontem à ameaça do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza de desembarcar em Brasília com “quilos de documentos” para fazer denúncias contra o PT e o governo se levar o que chamou de calote e não receber de volta o dinheiro dos empréstimos que diz ter feito ao partido. Tarso disse que só pagará a suposta dívida se Valério apresentar à Justiça documentos que provem os empréstimos. Pela versão contada até agora pelo publicitário e pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares não há recibos para provar que o dinheiro dos empréstimos feitos pelas agências de Valério tenham sido repassados ao PT. — O partido não pode dar o calote em dívidas que não conhece. Vamos pagar dívidas legalmente contraídas. Marcos Valério que entre em juízo e mostre os títulos — disse Tarso. Briga reafirma versão de caixa 2 Em entrevista anteontem à “Folha de S. Paulo” e em nota divulgada ontem, Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, disse que a direção do PT estaria “arruinando sua reputação” para não pagar dívidas supostamente contraídas, no valor original de R$ 39 milhões. Ele negou a informação publicada pela revista “Veja” de que teria chantageado o PT e exigido R$ 200 milhões. Valério atribuiu a reportagem a uma suposta declaração de guerra do PT: “Estão querendo me caracterizar como chantagista para me dar um calote. Não aceito”, disse. Tarso Genro negou: — Se alguém o qualificou como chantagista não foi a direção do PT. Da nossa parte, não saiu matéria plantada em nenhum órgão de comunicação. Não estamos plantando ninguém como chantagista — afirmou o presidente do PT. — Ele disse que iria à Justiça em tom de ameaça. Nós não consideramos isso uma ameaça. Isso é um direito. Assim nós veríamos a origem das dívidas. Apesar da suposta declaração de guerra, tanto o publicitário quanto o presidente do PT reafirmam as versões anteriores de que o dinheiro sacado por parlamentares petistas e aliados provém de empréstimos feitos pelas agências DNA Propaganda e SMP&B e repassados ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Por essa versão, o dinheiro seria do caixa dois da campanha eleitoral.
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