PT faz disparos contra PSDB de Minas
Leia abaixo:
Sócio de Valério, ex-juiz do TRE absolveu tucanos em causas envolvendo SMP&B
As conexões entre Marcos Valério e o PSDB mineiro não passam apenas pelo financiamento de campanhas, segundo reportagem de O Estado de S. Paulo, publicada hoje. Em pelo menos duas oportunidades, elas chegaram ao Poder Judiciário. Sócio, companhia freqüente e um dos melhores amigos do empresário, o advogado Rogério Lanza Tolentino atuou a favor de políticos tucanos em processos que envolviam a SMPB no período em que foi juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas.
Indicado pela OAB, Tolentino integrou a Corte do TRE mineiro de 5 de agosto de 1998 a 4 de agosto de 2000. Quatro meses antes de deixar o cargo e voltar à advocacia assumiu um processo no qual o senador e presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, e o atual vice-governador de Minas, Clésio Andrade, eram acusados de fazer propaganda eleitoral com verbas públicas e antes do período permitido por lei nas eleições de 1998. Os dois compuseram chapa na disputa pela reeleição de Azeredo.
A campanha custou R$ 2,8 milhões ao governo tucano. A SMPB era a responsável por alguns dos anúncios sob suspeita veiculados em jornais como informes publicitários.
Relator do processo, Tolentino considerou que as publicações eram de cunho eminentemente jornalístico e não configuravam propaganda ilegal. Por isso, rejeitou a acusação de uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder de autoridade. Como mostra o acórdão 293/200, a representação foi considerada improcedente por maioria de votos.
Segundo três fontes da Justiça Eleitoral ouvidas pelo Estado, Tolentino também teria atuado a favor de seu atual sócio em um processo que pedia a quebra de seu sigilo bancário.
Dois anos depois de deixar o TRE, Tolentino entrou como sócio de Marcos Valério em uma empresa de consultoria, a Tolentino & Melo Assessoria Empresarial. A empresa, constituída em 25 de abril de 2002, tem como sócios o advogado, Marcos Valério e José Roberto Moreira de Melo, de acordo com certidão obtida no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, em Belo Horizonte. O objetivo da sociedade é prestação de serviços de assessoria e consultoria comercial, fiscal e tributária.
Tolentino atuou como advogado de Marcos Valério em vários casos, entre eles o processo movido pelo Banco Rural pelo não pagamento de empréstimo que supostamente abasteceu a campanha de Azeredo em 1998.
O ex-juiz eleitoral costuma acompanhar o sócio em audiências e testemunhos. Seu nome apareceu nas agendas entregues pela ex-secretária Fernanda Karina Somaggio em pelo menos sete viagens feitas com o Valério a Brasília em 2003 - quase todas precedidas por saques em agências do Rural de Minas Gerais. Mas Tolentino só teve seu nome diretamente envolvido na lista de pessoas que sacaram das contas das empresas de Valério quando o deputado José Mentor (PT-SP) apareceu como beneficiário de R$ 120 mil .
Procurado ontem pelo Estado, Tolentino não atendeu os telefonemas.
Reportagem publicada por "O Estado de S. Paulo", na edição de 27/07/2005
Comentário do blog: Como este repórter já ouviu em muitas delegacias de polícia, quando um preso olha para o outro, que atuava junto com ele, e que acaba de ser preso também e afirma ao delegado que "eu matei sim, seu doutor; mas esse aqui também estuprou e me ajudou no estrangulamento da 'muié' que morreu depois de reagir".
É tudo muito lamentável. Para todos os envolvidos, sem distinção deste ou daquele partido.
O pior de tudo é que a experiência ensina que, com a verdade, o repórter só conquista inimigos. Com a bajulação fácil, consegue muitos amigos e até mesmo carrão Land Rover Defender novo ou semi-novo. O que o leitor prefere?
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