Lula está "chateado" e "sofrendo muito"
Presidente Lula recebe cumprimentos de moradores de Quixadá, no Ceará, na chegada à cerimônia de lançamento do programa de Desenvolvimento Sustentável e do Centro de comercialização da Agricultura Familiar
Lula diz que está chateado com especulações e insinuações sem provas
Carolina Pimentel, Repórter da Agência Brasil
Brasília – Durante visita ao Ceará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que está chateado e sofrendo por causa das especulações em relação à crise política. "Eu ando chateado, sofrendo muito quando eu vejo denúncias, insinuações e nenhuma prova que até agora possa condenar uma pessoa", afirmou no lançamento do Programa do Desenvolvimento Regional Sustentável do Banco do Brasil, em Quixadá (CE). Lula voltou a dizer que deposita confiança no Congresso Nacional e na Justiça para punir os envolvidos nas denúncias de corrupção. "Esse país vai conseguir se acertar e essa crise um dia vai terminar. Quem errou, pagará". Ele ressaltou que as pessoas devem estar cientes de que o presidente da República não pode resolver o problema sozinho."Ninguém pode esperar que seja o presidente da República, porque não estamos no tempo do Império, não somos imperadores e nem uma monarquia, nós somos uma democracia, uma República. O presidente da República, apenas, faz a parte que lhe cabe. Aquilo que é gente do governo, eu exonero. Aquilo que é da Polícia Federal, mando investigar. Quem vai julgar e vai punir não é nenhum ministro e nem o presidente da República", explicou Lula.
Comentário do blog: Tenho conversado com pessoas do povo. São assalariadas, da chamada "camada mais simples" da população. Todas votaram em Lula. Repito, são pessoas simples, muito humildes. Não lembram em nada os "intelectuais" das classes média e média alta que eu via comendo finos pratos das cozinhas francesa, italiana ou polonesa; regados com caríssimos vinhos brancos ou tintos - dependendo da comida ser peixe, massa, carne ou um saboroso "goulasch" - em restaurantes da Zona Sul do Rio, nos anos 1980; e discutindo o "problema das favelas e a falta de esgoto e urbanização ...", sem nunca ter entrado numa delas, para ver de perto como era a "barra". Eu subia os morros quase todos os dias. Lugares onde moram pessoas honestas e trabalhadoras que, se pudessem, morariam na Avenida Vieira Souto, em frente ao mar. Com alguns traficantes infiltrados. Várias vezes tive que me atirar ao chão, em cima de esgotos correndo a céu aberto, para fugir de balas de pistolas, metralhadoas e fuzis dos traficantes de drogas. Era repórter e meu chefe de reportagem Ely Moreira sabia que podia contar comigo nessas pautas, digamos, "fora do ar condicionado do Palácio Guanabara [sede do Governo do Estado do Rio, com Brizola à frente]".
Confesso que eu ficava impressionado de ver e ouvir certos "papos de restaurantes da Zona Sul", onde ia às vezes, pois o dinheiro era contadinho. Repórter não tem muito luxo, leitores(as) deste modesto blog, que nem anunciante tem. Já viu a "dureza", não? Melhor assim, pois durmo em paz por saber que nunca usei caixa dois, ou "saco azul", como falam em Portugal.
Achava de um fingimento atroz, pois as pessoas comiam do bom e do melhor e se diziam da "esquerda", que queria mudanças no país. Era a tal "esquerda festiva de Ipanema", tão falada nos dias atuais pelo excelente comentarista - e também muito crticado por alguns, porque fala o que pensa e ponto final - Arnaldo Jabor, da Rede Globo de Televisão.
"Ganhando o que eles ganhavam no fim de cada mês, adoraria filosofar sobre as favelas, mas só da 'boca para fora', como faziam", eu pensava.
Mas chega de introdução, ou "nariz-de-cera", tão odiado em jornalismo, mas uma característica nos blogs deste século XXI (já li um artigo sobre a volta da "pirâmide invertida", na internet e em blogs, se não me engano no site www.comunique-se.com.br).
Vamos ao ponto que interessa: Essas pessoas mais humildes, ouvindo trechos dos discursos do presidente Lula e do leal ministro Ciro Gomes (que dizem por aí ter dívidas a pagar da campanha para presidente...) agora há pouco aqui na Rádio Independente, durante o noticiário "A Hora da Notícia", às 15 horas, no horário do Pantanal Sul, diziam para mim que "quem tem que estar chateado e sofrendo muito, mas muito mesmo, é o povo brasileiro, somos nós que acreditamos no Lula e votamos em massa nele e no PT." Não, leitor(a), não sou anti-PT nem anti nada. Bem, com as drogas e o narcotráfico o papo é outro. Aí sou contra mesmo e esse é outro papo, que escreverei em breve - pois ninguém, ao pesquisar índices de busca na internet, se preocupa em saber o tipo de campanha que fiz a partir de abril de 1990, quando não existia a web e, portanto, nada está registrado, contra o narcotráfico, na fronteira do Brasil com a Bolívia; mas nada posso fazer com quem tem preguiça de pesquisar ou, pelo menos, procurar por mim para ouvir o meu lado e tudo o mais, como se aprende em jornalismo ... Deixa prá lá, depois escrevo sobre isso - aqui no blog.
Voltando aos comentários do povo. Várias pessoas dizem que "não votamos no Lula para que ele deixasse tudo acontecer à sua volta e, agora, fica viajando por aí pelo Brasil dizendo que não sabia de nada." Um trabalhador, que também votou em Lula, afirma: "Armandinho, como é que o presidente não sabia de nada? Lá na minha casa eu sei de tudo o que acontece. Como é que ele quer que a gente acredite que ele não sabia de nada?"
Não quero induzir o(a) leitor(a) a nada. Nem faltar com o respeito com o Presidente da República. Mas esses são os comentários ouvidos aqui no Pantanal Sul.
Apenas reproduzo aqui no blog. Só isso. Nada mais.
O que o(a) leitor(a) acha? Ou não acha?
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