Sarney defende apuração de corrupção, mas diz que crise não pode ameaçar democracia
Em longo pronunciamento que fez sobre a crise no país, o senador José Sarney (PMDB-AP) disse que os homens públicos precisam agir com rigor nas investigações, "dissecando" os fatos, mas também devem atuar com serenidade e paciência para que a democracia e as instituições sejam asseguradas. Segundo sua avaliação, não há nada, "nem de leve" na conduta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que possa atingir o mandato presidencial.
- Não há nenhum crime de responsabilidade. Ele (Lula) está pagando os erros do seu partido. Não se pode confundir, também os desvios, erros e crimes de indivíduos ou de organizações com bases e princípios políticos. A esquerda lutou muito para conquistar e consolidar seus espaços. Estes espaços são essenciais para a democracia- disse o senador, para quem a crise atual não é maior que as outras que já presenciou, a não ser pelo fato de que pode ser fiscalizada, diariamente, pela população.
O senador José Sarney defendeu que as investigações que estão sendo realizadas se aprofundem, sem qualquer indulgência ou mesmo negligência na apuração de fatos de tal magnitude política. Para Sarney, neste momento, o Congresso é o mais atingido, pois as acusações que pesam sobre os parlamentares, atentou o senador, vão desde a inércia até o suborno para apoiar e votar matérias de interesse do governo.
- Como pode o Congresso receber o respeito da opinião pública, o apoio a suas decisões e manter a majestade da votação de suas leis, se manchado pela suspeição? - indagou o ex-presidente do Senado e também da República, que ao mesmo tempo, lembrou a tradição do Legislativo de "crescer nos momentos de crise".
O senador pelo Amapá fez um histórico das crises pelas quais passou o Brasil e manifestou sua tranqüilidade em relação à manutenção da regularidade institucional, "sem violações da ordem e da segurança".
Adiante, depois de uma análise da história política das grandes nações do mundo, Sarney defendeu uma reforma política principiando com o fim da reeleição para presidente da República em 2010, "de forma a não atingir o direito adquirido na Constituição de 1988".
Para ele, depois de cumprido seu mandato, o presidente da República não deveria ocupar mais nenhum cargo eletivo. Sugeriu que os ex-presidentes se tornassem membros do Conselho da República.
Sarney defendeu ainda na reforma política um sistema presidencialista moderado, uma vez que a Constituição impede um sistema parlamentarista, conforme observou. Ele manifestou-se também pelo fim das medidas provisórias, como instrumento de governabilidade.
- Elas só poderiam existir em caso medidas financeiras, de segurança nacional e de calamidades ambientais - frisou.Finalizando, Sarney citou Afonso Arinos, que em seu livro Evolução da Crise Brasileira, escrito há 40 anos, lembrava que a solução para o país era "liquidar métodos e práticas corruptas".
Comentário do blog: Como afirmam os comentaristas políticos, o senador José Sarney é um dos poucos que consegue fazer o plenário permanecer em silêncio, quando discursa. Assim aconteceu ontem (16). Neste momento - 11h12 no horário de Mato Grosso do Sul - a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania; está reunida no Senado. Os senadores discutem e examinam o projeto que estabelece normas para as campanhas políticas.
Vamos falar no português claro, que o povo entende: Enquando persistir essa situação hipócrita, de "doações com recursos não contabilizados", ou seja, caixa dois, nada mudará no Brasil e tudo continuará como antes no quartel de Abrantes.
Shows artísticos, material impresso de alto custo, publicidade, "banners", carros de som e tantas outras despesas só fazem encarecer as campanhas políticas e, assim, somente os candidatos muito ricos - com disposição para arriscar seus patrimônios - ou com vultosas doações "por dentro" e "por fora", por meio do caixa dois da corrupção; continuarão sendo vitoriosos.
Eu já senti na pele essa experiência. E sempre desafiei: Vamos para a praça pública, para as emissoras de rádio e de televisão, participar de debates ao vivo, sem cortes, sem edição; para falar dos temas que interessam à população que vai votar no local.
Aí é que eu quero ver a cobra fumar e a onça beber água na beira do rio.
Hoje em dia, o leitor deve ter muitos exemplos também, o que mais se observa são candidatos despreparados; que nem ao menos sabem falar em público e tudo o mais.
E esses, na maioria das vezes - salvo honrosas excessões - ganham as eleições. Quem tem talento para a vida política, mas não aceita os tais "acertos", fica sempre do lado de fora.
O que o leitor acha? Ou não acha?
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home