Começam a chegar justificativas dos responsáveis por saques nas contas de Marcos Valério

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Mensalão já começou a receber as justificativas das 31 pessoas cujos nomes constam da lista apresentada por Marcos Valério Fernandes de Souza como tendo feito saques em dinheiro nas contas de suas empresas. Após analisar cada explicação, a comissão decidirá sobre a conveniência de tomar depoimentos dessas pessoas, que foram autorizadas pelo PT a receber recursos financeiros das empresas de Marcos Valério.
Com a finalidade de aprofundar as investigações, a CPI havia enviado ofícios a todos os citados na lista, solicitando as explicações. Segundo o relator, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), a providência visa estabelecer um foco mais preciso sobre quem pagou e quem recebeu dinheiro das empresas de Marcos Valério.
Abi-Ackel explica que o relatório parcial com o nome dos 18 deputados passíveis de serem processados por quebra de decoro parlamentar, enviado à Mesa da Câmara, representa apenas um primeiro passo. Cabe à CPI do Mensalão, como lembrou o parlamentar, aprofundar as investigações, não somente para descobrir outros nomes como também para obter mais dados sobre aqueles que já foram identificados.
Já existem requerimentos aprovados pela CPI para depoimentos do assessor parlamentar do PP na Câmara João Cláudio Genu, do ex-presidente do PT José Genoíno, e do doleiro Toninho da Barcelona. Esse último deverá ser ouvido em reunião conjunta com a CPI dos Correios, que também aprovou requerimento para tomar seu depoimento.
Abi-Ackel acredita, no entanto, que o cruzamento dos dados dos documentos que já estão em posse da comissão será mais importante para o aprofundamento das investigações. Técnicos do Tribunal de Contas da União, do Banco Central e do próprio Senado estão montando um banco de dados informatizado que deverá servir de apoio às duas CPIs.
A secretaria das comissões já recebeu documentos da Receita Federal, do Banco Central, de companhias telefônicas, do Banco do Brasil e de bancos privados, como o Rural e o BMG. Também já começaram a chegar documentos resultantes das quebras de sigilo bancário de vários fundos de pensão, aprovadas na CPI do Mensalão.
As informações são da Agência Senado.