Presos ouvidos em acareação dizem que Sérgio Gomes não foi o mandante do assassinato de Celso Daniel
São Paulo – Dois dos sete presos - Ivan Rodrigues da Silva e Itamar Messias da Silva - que participaram da acareação realizada ontem (28) pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos (CPI dos Bingos) inocentaram o empresário Sérgio Gomes da Silva de ser o mandante do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002. A acareação colocou frente a frente sete suspeitos de participação no assassinato do prefeito e o empresário Gomes da Silva. Outro suspeito que participou da acareação, Elcyd Oliveira Brito (o John) revelou aos senadores que mentiu na carta enviada ao advogado Roberto Podoval pedindo R$ 1 milhão para não incriminar Sérgio Gomes da Silva como mandante do crime. John disse que fez isso apenas para ganhar dinheiro e que, na época, sofria pressões. Podoval confirmou ter recebido a carta e entregue imediatamente às autoridades. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que participou da acareação, confirmou aos presentes que a carta está nos autos da CPI. De acordo com o senador, está sob suspeita a testemunha que se apresentou como sendo o pastor Paulo Mansur Haddad e que teria filmado o seqüestro de Celso Daniel. "Dei um prazo para que ele entregasse a fita e ele não entregou. Agora fui informado pela Polícia Federal de que ele é procurado por estelionato e que ele se chama Ednaldo Correia de Sarque", disse Suplicy.
"A tarefa de averiguar os fatos é muito difícil. Até porque às vezes surgem pessoas que trazem testemunhas que servem para desviar a atenção", declarou o senador. "Vocês puderam observar que os setes envolvidos, em princípio, no seqüestro, não tiveram uma atitude de cooperação para desvendar toda a verdade", disse Suplicy.
O senador Magno Malta (PL-ES) disse estar convicto de que o crime não foi comum. "O crime foi de mando mesmo", declarou Malta. "Para não culpar pessoas, jogar nomes de pessoas inocentes na lama e salvarmos as vidas de quem precisa pagar, é preciso ter responsabilidade com isso", ponderou.
Sérgio Gomes da Silva – que foi convidado a comparecer e não intimado – negou todas as acusações, participação ou envolvimento no crime.
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