Goldman condena atitude cínica de José Dirceu
Petista volta a responsabilizar oposição por crise política
Brasília - O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), condenou hoje a atitude "cínica" do ex-deputado José Dirceu, que voltou a responsabilizar a oposição pelas denúncias de corrupção que abalam o governo Lula há mais de seis meses. A acusação foi feita pelo ex-chefe da Casa Civil em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, após ser cassado pela Câmara dos Deputados por 293 votos a 192.
MANOBRA DIVERSIONISTA
Durante a coletiva, Dirceu repetiu a postura adotada por Lula de negar as evidências sobre a existência do mensalão e tentou restringir o assalto aos cofres públicos a crime eleitoral de caixa dois", criticou. Goldman também rechaçou declaração do presidente Lula segunda a qual o ex-chefe da Casa Civil teria sido cassado sem que houvesse provas contra ele. "Esse tipo de análise é mais uma tentativa de se enganar a população. Será que os petistas não têm o mínimo de respeito pela inteligência dos brasileiros?", questionou o deputado do PSDB. Segundo o líder da legenda, o processo de cassação aberto no Conselho de Ética reuniu evidências suficientes para comprovar o envolvimento de Dirceu com o mensalão. "Se a gente tivesse recibo assinado pelo corrupto seria mais fácil, porém isso não existe em crimes de corrupção. Já existem provas suficientes. Sigilos bancários foram quebrados e testemunhas foram ouvidas", explicou o tucano.
SEM COMEMORAÇÃO
Na avaliação do deputado paulista, o julgamento de Dirceu não vai interferir no resultado de outras representações apresentadas no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. "O fato de o ex-ministro ser cassado não quer dizer que outros também serão. Cada caso é um caso. Não há condenação coletiva", ponderou. "O fato de Dirceu ter perdido seus direitos políticos só mostra que a Casa não se omite em cumprir suas obrigações mesmo diante de um homem poderoso", acrescentou. Goldman afirmou ainda que a oposição não vê motivos para comemorar a queda do ex-presidente do PT. "O seu julgamento foi dever de ofício, uma obrigação parlamentar. Não há o que festejar quando se cassa alguém eleito pelo povo. É, inclusive, um ato a se lamentar, ainda mais pelo passado excepcional de Dirceu, que tem uma história ligada ao combate à ditadura", concluiu.
Fonte: Agência Tucana
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