Juiz diz que máfia do "comendador" emprestou dinheiro para campanhas eleitorais

Em sua exposição na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, o juiz federal Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara de Mato Grosso, disse que as empresas de factorings de João Arcanjo Ribeiro, conhecido por "comendador", que comandava a máfia de Mato Grosso, chegaram a emprestar dinheiro para campanhas eleitorais.
- Foi nesse momento que o comendador passou a ser, de fato, e não de direito, o governador de Mato Grosso - afirmou Julier da Silva, ao informar que entre os clientes de Arcanjo estavam a Assembléia Legislativa de Mato Grosso, o Departamento de Viação e Obras Públicas do estado e prefeituras, como a de João Pessoa (PB).
O "comendador" está condenado hoje a 49 anos de reclusão. A máfia tinha um verdadeiro poderio, com propriedade de bancos, empresas de factorings, casas de jogos, atividades empresariais, prática de atividades ilícitas a partir do jogo do bicho, máquinas caça-níqueis, cassinos, operações de lavagem de dinheiro, controle de atividades no mundo político e no estado, segundo contou o juiz.
As informações são da Agência Senado.