Dia da Engenharia é comemorado no 9º BEC

O comandante do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, coronel André Cezar Siqueira, presidirá, a partir das 9h, uma solenidade militar em homenagem ao Dia da Engenharia do Exército Brasileiro.
Aberta ao público de Aquidauana, Anastácio e região, a solenidade terá o objetivo de homenagear Villagran Cabrita, o patrono da Arma.
Nesta manhã, durante o Programa Rancho Alegre, das 6h às 6h55, na rádio Independente, com Almir Santana; li no ar o texto redigido pelos colegas jornalistas do "Noticiário do Exército", com todos os dados históricos sobre este dia 10 de abril.
Este blogueiro, oficial R2 de Engenharia, da reserva do Exército Brasileiro, saúda todos os integrantes do Batalhão Carlos Camisão, que teve participação decisiva nos combates no teatro de operações da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.
Leia, abaixo, mais detalhes sobre o Dia da Engenharia:

Dia da Engenharia

Villagran Cabrita

Nasce o 10 de abril: ecoa o ribombar de petardos e bandas de música entoam dobrados em mais uma alvorada festiva do Dia da Engenharia por todas as regiões do Brasil. Isso nos induz a uma viagem no tempo, até o dia 04 de abril de 1866, às margens do rio Paraná, durante a Guerra da Tríplice Aliança. Lá encontramos o Patrono da Arma Azul-Turquesa, o Tenente-Coronel João Carlos de Villagran Cabrita, no comando do Batalhão de Engenheiros. O Patrono havia se incorporado ao Exército Brasileiro, como voluntário, em 13 de janeiro de 1840, e foi reconhecido Cadete de 1ª Classe 22 dias depois.

À frente da primeira unidade de Engenharia do Exército Brasileiro, Villagran Cabrita desembarcou, na madrugada de 06 de abril de 1866, na ilhota chamada Purutuê, no Rio Paraná. Nessa posição, estava ao alcance dos canhões inimigos de Itapiru. Após levantar sólidas linhas de trincheiras durante a noite, o inimigo tentou expulsá-lo da posição na madrugada do dia 10. Sucessivos assaltos, envolvendo cerca de 1.300 soldados inimigos, foram barrados por um efetivo de apenas 200 brasileiros, protegidos pelo eficaz entrincheiramento construído. Fora uma jornada de intensos combates, de sangrentos encontros, de atos heróicos, astúcia e engenhosidade. A liderança e coragem de Villagran Cabrita foi fundamental em todas as ações em mais uma importante vitória. Finalmente, em todo o campo de batalha reinava o silêncio, interrompido, vez por outra, por algum estampido disperso. Os nossos valorosos guerreiros, com seus uniformes azuis e brancos, ainda aferrados à posição que defenderam até a morte, sentiam-se recompensados pelo dever cumprido. Cabia então ao Comandante da Unidade relatar aos chefes a memorável jornada. Naquele momento, às 14 horas do dia 10 de abril, a bordo de um lanchão, Villagran Cabrita foi atingido mortalmente por um tiro fortuito de canhão. Assim, o exemplo desse abnegado comandante começou a corporificar em seus fiéis seguidores do Batalhão de Engenheiros, que passaram a adotar o lema “Sempre Servir”.

Em toda a Campanha da Tríplice Aliança fora notável a atuação da incipiente Engenharia do Exército Brasileiro. Destaca-se, entre seus feitos, a transposição do Rio Paraná, a construção da ponte flutuante sobre o Rio Juqueri em apoio às tropas aliadas, os trabalhos de organização do terreno e a construção da estratégica “Estrada do Chaco”, que viabilizou a manobra da “Dezembrada”.

Tantas realizações, que evidenciam o perfil dual do Soldado de Engenharia como técnico e combatente, e a vida rendida em prol do Exército Brasileiro levaram Villagran Cabrita a ser escolhido Patrono da Arma de Engenharia, a fim de inspirar as futuras gerações de engenheiros na inabalável missão de manter inviolável o imenso patrimônio territorial recebido como herança de nossos antepassados.

Fonte: Exército Brasileiro