Mídia brasileira alimenta crise, diz jornal inglês Financial Times
Devido à correria de sempre, ela foi lida ontem, mas acabou não sendo publicada.
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Mídia brasileira alimenta crise, diz jornal inglês Financial Times
O diário britânico Financial Times analisa o papel da mídia brasileira na crise e como a competição para publicar furos de reportagem põe em risco a cobertura dos escândalos.
O jornal diz que os "críticos da mídia alertam que, ao não investigar apropriadamente as acusações, os repórteres acabam alimentando o desvario e simplesmente amplificando as alegações em vez de tentar investigar a seriedade das mesmas".
O artigo diz que, "depois de ter escapado da censura há mais de 20 anos, a mídia brasileira ainda tem que descobrir como reportar acusações de corrupção sem assumir que todos os acusados são necessariamente culpados".
O jornal diz ainda que a situação é particularmente ruim porque o PT construiu uma imagem de ética na política.
Já o norte-americano Washington Post destaca o caso brasileiro em editorial. O artigo afirma que, em muitas maneiras, o presidente Lula é uma boa exceção na política brasileira e latino-americana. O jornal comenta a origem humilde de Lula e afirma que ele combina estabilidade macroeconômica com políticas sociais progressivas mas que, mesmo assim, o governo dele está agora envolvido em um escândalo de corrupção.
O jornal afirma que o problema de Lula é parte de um problema maior da América Latina que, apesar de ter superado o período de golpes e ditaduras, ainda conta com instituições políticas fracas e corrupção endêmica. Segundo o Washington Post, o atual escândalo brasileiro reflete isso.
"Por causa da fraqueza dos partidos políticos brasileiros, Lula teve dificuldades para formar coalizões e implementar seu programa", diz o editorial.
O jornal afirma que, se o PT usou subornos como um atalho para alcançar as reformas, não teria sido a primeira vez. Segundo a reportagem, a maior parte dos sistemas políticos na América Latina apresenta facções que permanecem unidas apenas por conta do dinheiro.
Clarín
O jornal argentino Clarín publica, nesta terça-feira, a entrevista dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na França. Em uma das manchetes na editoria internacional, o jornal destaca que Lula admitiu o uso de fundos não declarados em campanhas do PT, afirmando que isso é prática comum no Brasil.
Para o diário argentino, Lula tenta se distanciar das acusações de corrupção afirmando que, depois das denúncias, o PT tem a obrigação de explicar à sociedade brasileira "os erros que cometeu e o que fará para corrigi-los". O jornal também destaca a declaração de Lula de que, desde que foi eleito à presidência, não dirige mais a cúpula do partido.
The Guardian
O britânico The Guardian, também destacou a entrevista de Lula dada na França e, em pequeno editorial, afirma que a corrupção é um problema de todos. O jornal analisa a discussão sobre boa governança como solução para acabar com a corrupção nos países africanos, pouco antes do encontro do G8 em Gleneagles, na Escócia, em que esta ajuda seria discutida.
O artigo afirma que é mais fácil combater do que erradicar a corrupção e, em seguida, cita o Brasil como exemplo de um país importante que hoje sofre com suspeitas corrupção. O diário também cita outros casos de corrupção na Alemanha e nos Estados Unidos. Para o The Guardian, isso prova que escândalos são um fato - horroroso - em democracias estáveis.
As informações são da BBC Brasil.
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