CPMI tem que cruzar dados e aprofundar investigações, diz Delcídio
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga denúncias de corrupção nos Correios, senador Delcídio do Amaral ( PT/MS) , disse nesta segunda-feira em Campo Grande que , depois de quase três meses de trabalho, é hora de limitar o número de depoimentos e centrar fogo no cruzamento dos dados que já chegaram a CPI, especialmente no que se refere às informações sobre as movimentações financeiras, que permitirão identificar não só o destino mas, principalmente, a origem dos recursos que circularam entre as empresas do publicitário Marcos Valério e as pessoas beneficiadas com depósitos em dinheiro.
- A CPI tem dois focos claros, a questão dos Correios, onde 38 contratos firmados pela estatal estão sendo investigados, e a movimentação das empresas do senhor Valério.Temos fortes evidências de que o dinheiro que circulou pelas contas do publicitário não se restringe aos empréstimos supostamente tomados para pagar contas de campanha. Para que possamos saber a verdade é preciso o trabalho de mesa, de cruzamentos das informações – explicou o presidente.
Delcidio diz que a CPI dos Correios não é contra uma pessoa ou um partido.
- Essa é uma investigação que está indo a fundo para apurar responsabilidades e vai propor punição para quem cometeu erros, independente de sua filiação partidária. É uma CPI para melhorar o Brasil porque o povo brasileiro espera isso. Pela primeira vez na história política do país vamos apontar não só os culpados, mas, principalmente, de onde saiu o dinheiro que financiou a corrupção – declarou Delcídio no programa Tribuna Livre, comandado pelo radialista Rui Pimentel na FM Capital.
O senador criticou alguns parlamentares que parecem não ter entendido a importância da comissão.
- Tem parlamentar que acha que a CPI é um palanque, uma oportunidade para aparecer e falar aos seus eleitores. Eles fazem discursos longos em vez de perguntar, com objetividade, aos depoentes. Com isso acabam prestando um desserviço ao Brasil – afirmou.
Delcídio do Amaral voltou a criticar a onda de “denuncismo” que tomou conta do país.
- Estamos enfrentando a maior crise política da história recente do Brasil e, mesmo assim, a economia está caminhando bem e tem dado sinais repetidos de crescimento e geração de empregos.É triste que, em um momento como esse, se utilize o instrumento da delação premiada, que , de uma hora para outra, virou moda , para fazer denúncias, sem qualquer prova, contra pessoas que têm prestado um bom serviço ao país, como o ministro Palocci. Essa prática do “denuncismo” provoca muita tensão no mercado e só prejudica o Brasil. É preciso ter mais responsabilidade – ponderou o presidente da CPI.
Delcídio lamentou que alguns setores do Partidos dos Trabalhadores insistam em desestabilizar ações do governo que estão dando certo.
- O maior problema do PT é o fogo amigo, que vem de dentro do próprio quartel. Eu não vi contra algumas figuras do partido, que comprovadamente têm problemas, o mesmo fervor de apuração demonstrado em relação as denúncias feitas contra o ministro Palocci. Essa divisão, que muitas vezes significou o fortalecimento do PT através do debate de idéias, agora só contribui para enfraquecer o partido e o próprio governo. Eu acho que o PT precisa tomar providências urgentes e fortes, mesmo com dor no coração, para punir com rigor os culpados por essa situação. Se isso não acontecer o partido entra 2006 em uma situação crítica – afirmou o senador.
SUCESSÃO EM MATO GROSSO DO SUL
O presidente da CPI dos Correios reiterou sua disposição de permanecer no PT e disputar a sucessão estadual.
- Eu não tenho intenção de sair do partido. Sou pré-candidato ao governo e gostaria de contar, em minha chapa, com o governador Zeca concorrendo ao Senado. Nada mais justo e natural do que isso. O Zeca tem 8 anos de trabalho prestados à população como governador e uma história de vida dedicada ao PT. É um candidato forte – afirmou Delcídio
O senador lamentou que algumas lideranças do PT de Mato Grosso do Sul, em um momento de crise, estejam negociando apoio a candidaturas de outros partidos.
- Eu sempre fui leal ao partido e espero que essa lealdade seja reconhecida. Eu entendo que cada um deve ter sua opinião e que essa opinião precisa ser respeitada. Agora, eu também entendo que as posições devam ser colocadas de maneira clara, sincera, transparente, e não vou admitir que negociações sejam feitas pelas costas, às escuras. Não aceito esse tipo de comportamento. Esperteza demais é ruim. O partido tem algumas pessoas muito espertas, que todo mundo sabe quem é. Essas pessoas criam crises para depois resolverem e saírem como heróis. Com esse tipo de esperto não dá mais para conviver no PT. Eu não sou menino nem sou moleque – advertiu Delcídio.
Comentário do blog: A temperatura está altíssima em Campo Grande, devido às disputas internas no Partido dos Trabalhadores. Li há pouco, no site Campo Grande News, que no fim da tarde o governador Zeca disse palavras carinhosas, endereçadas ao senador Delcídio Amaral.
Repito que esse filme - cujo "The End", ou "Fim" é incerto e não sabido - já foi visto no ano passado, nas eleições municipais em Corumbá, na fronteira com a Bolívia e a 424 quilômetros de Campo Grande.
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