Para Tuma, é difícil que doleiro se beneficie com a delação premiada

O blog publica notícia da Agência Senado:
O senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse, nesta manhã, em entrevista à TV Senado, achar difícil que o doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, consiga obter o benefício da delação premiada, como está querendo, pois já foi condenado a 25 anos de prisão. Disse ainda que a CPI não pode negociar tal acordo e que isso já foi sinalizado pelo Ministério Público.
Tuma lembrou que o doleiro quer fazer novas revelações à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, em audiência pública a ser realizada no Senado. O senador disse que ele fez essa exigência ontem, durante a audiência em São Paulo com integrantes da CPI. Na nova audiência, observou o senador, o doleiro levantaria outros pontos importantes sobre o envio ilegal de dinheiro para o exterior.
Ainda na entrevista, Tuma disse que estranha o fato de Toninho ter sido obrigado a assinar um documento na prisão, responsabilizando-se pela sua própria vida.
- Nunca vi isso - disse o senador, que já foi diretor da Polícia Federal.

Comentário do blog: O leitor deve prestar muita atenção nas palavras do senador Tuma. Ele entende do que fala. Ele já foi diretor da Polícia Federal. Conhece esse mundo do crime que ajudou a combater. Causa grande estranheza, realmente, o doleiro ter sido obrigado a assinar um documento, como ressalta o senador Tuma, "responsabilizando-se pela própria vida".
Eu também nunca vi isso em todos esses mais de 28 anos de reportagem. Nunca mesmo! Com exclamação e tudo o mais.
O doleiro Toninho da Barcelona já denunciou, na revista Veja desta semana, que políticos teriam interesse na sua morte. E agora mandam o preso assinar documento "responsabilizando-se pela própria vida"? E o Estado, fica como nessa situação? O preso, condenado pela Justiça, tem o direito de ter a sua vida garantida e preservada pelo Estado.
Senão, estaremos de volta ao tempo das cavernas.