Blog do Moreno: Leia a entrevista com Severino

O blog publica abaixo e entrevista exclusiva do excelente e muitíssimo bem informado jornalista cuiabano Jorge Bastos Moreno, da sucursal do jornal "O Globo" em Brasília.
Leia o que foi publicado no Blog do Moreno nesta manhã:

EXCLUSIVO! EXCLUSIVO! EXCLUSIVO!
Advogados de Severino darão entrevistas ainda hoje. Entrevista de Severino mesmo, só aqui
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, acaba de dar uma entrevista exclusiva a este blog. Ele revela ter sido procurado pelo empresário Sebastião Buani pouco antes deste apresentar à Polícia Federal e à imprensa o cheque sacado pela secretária de Severino. O presidente da Câmara anuncia disposição de lutar até o fim pelo seu mandato, mas ressalta que há muita gente querendo que ele dispute novas eleições em 2006. Para isso, teria que renunciar logo antes que seja aberto o processo de sua cassação. Aqui, Severino se defende das denúncias e ataca adversários.Eu vou começar a liberar os primeiros trechos da entrevista. Não estou revisando devido à pressa. Peço mil desculpas aos leitores, pois o homem já fala errado e eu escrevo errado também -- é a fome com a vontade de comer.
RENÚNCIA
“ Hoje, hoje, eu digo: não renuncio, vou lutar pelo meu mandato até o fim. Se eu enfrentar o processo de cassação, eu ganho no plenário. Tem gente que acha que não devo correr esse risco e que o melhor é eu disputar novas eleições no ano que vem. Mas repito: mesmo se estivesse sozinho, abandonado, coisa que não estou, eu iria enfrentar tudo isso. Se dependesse de mim, eu teria ido ontem presidir a sessão da cassação de Roberto Jefferson. Mas tenho que ouvir outras pessoas, muita gente, minha família, meus amigos, meus assessores, meus advogados e, principalmente, meus eleitores. Em João Alfredo, a igreja católica e as igrejas evangélicas se uniram em preces por mim. Deus me iluminará. Estou passando por um tipo de provação. Algum coisa eu fiz para passar por esse tipo de provação. É a vontade de Deus. Eu tenho 74 anos. Meus pais morreram com mais de 95 anos. Eu não bebo, não fumo e não jogo. O jogo traz ansiedade e muitas emoções. Poderei ter mais alguns anos de vida pública. Se eu me reeleger, volto para a Mesa? Acho que não. Passei todos esses anos na Mesa. Como 1º secretário, 2º vice-presidente, Corregedor, sempre tive mais votos que os presidentes da Câmara. Se eu enfrentar a cassação, terei muitos votos. Mas não sei se devo exigir esse sacrifício dos meus amigos. Não sei se devo correr esse risco. O diacho é que se eu renunciar vão dizer que estou confessando uma culpa que não tenho. Eu quero ter a oportunidade de provar minha inocência. Mas há gente querendo que eu me eleja de novo para dar uma surra no Roberto Freire e no Raul Jungmann.
DENÚNCIA
“ Ontem, por volta das nove e meia, um amigo do Buani e conhecido meu me ligou tentando intermediar uma conversa. Eu recusei. Eu não quis conversa com ele. A imprensa não está mostrando as contradições do Buani. Primeiro ele diz que esse tal de mensalinho começou em 2003. Depois, descobre um cheque de julho de 2002 no valor de sete mil e quinhentos reais. Só aí se dá conta que o tal do mensalinho começou antes. Como pode um homem que se diz apertado, endividado, se esquecer que deu um cheque desse valor? A imprensa deveria mostrar tudo isso. Esse valor foi de empréstimo a juros. Todo mundo lá em Pernambuco, principalmente em João Alfredo, sabe que levo uma vida difícil e que vivo tomando dinheiro emprestado a juros. Eu ainda devo um cara lá de Recife. Em 2002, Junior, meu filho, veio para Brasília no dia 28 de julho imprimir uns materiais de campanha e voltou no dia 31. Tenho recibos das passsagens. Ele deve ter tomado emprestado esse dinheiro para pagar o material de campanha. Eu não sabia desse cheque, mas assumo o que meu filho fez. A moça, aliás, a Gabriela, está tendo um comportamento correto. Ela não tem nada com a história. Ela é uma funcionária dedicada, que vive honestamente, modestamente. Todos os meus funcionários são modestos. Eu não trouxe ninguém. Eu herdei os funcionários do gabinete do deputado Beto Mansur. Fiquei com eles porque não sou homem de perseguir ninguém. Eles são dedicados e competetentes.