O Globo: Severino no olho do furacão
Severino no olho do furacão
Maria Lima e Lydia Medeiros
BRASÍLIA - Depois de defender punições mais brandas para os envolvidos no escândalo do mensalão, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), encerrou a semana com explicações antecipadas sobre denúncia de que teria cobrado propina de um concessionário de restaurante na Casa. Antes mesmo da veiculação das denúncias nas revistas de fim de semana, Severino passou o dia reunido com assessores e divulgou nota alegando que foi vítima de extorsão praticada por Sebastião Augusto Buani, da empresa Buani e Paulucci, que explora, por concessão, um dos restaurantes da Câmara, o do décimo andar do Anexo IV. Severino pediu ao ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar Buani. Com dificuldades para renovar o contrato que vence dia 14 de setembro, e com dívida de R$ 150 mil junto à Câmara, Buani teria repassado à “Veja” suposto documento assinado por Severino, ainda quando primeiro-secretário da Câmara, concedendo-lhe monopólio na exploração do restaurante por cinco anos. O empresário teria entregue também um dossiê mostrando que, em troca, Severino teria exigido R$ 10 mil por mês. Como a dívida não era paga e Severino ameaçava não renovar o contrato, Buani teria decidido entregar o deputado. À tarde, depois de se reunir com Severino e os diretores da Câmara, o corregedor Ciro Nogueira (PP-PI), aliado do presidente da Casa, revelava sua preocupação com a “bronca” que ia estourar contra Severino. Numa conversa por telefone, Ciro anunciou: — Vai ter uma bronca amanhã. A “Veja” vai denunciar o Severino. O dono do restaurante lá de cima atrasou umas parcelas e Severino ameaçou botar ele para fora. Parece que ele disse que deu dinheiro ao Severino quando ele era primeiro-secretário. Não sei, não sei... ele falou que é mentira, mas... A nota de Severino, distribuída sem assinatura ou timbre da Câmara, diz que o contrato de Buani termina impreterivelmente no dia 14. “A dívida seria executada. Por isso (Buani) vem tentando fazer pressão sobre a direção da Casa afim de que a dívida não seja executada e o contrato, renovado”, diz a nota. “Buani mente descaradamente para obter favores, aproveitando-se da situação com denúncias sem fundamento. Ele afirmou ter em seu poder um documento, assinado pelo presidente da Câmara, e que lhe asseguraria cinco anos de contrato. Tal documento não consta de qualquer processo (...) e não tem validade jurídica”, diz a nota. Segundo assessores de Severino, como ele assina pilhas de documento diariamente, esse pode ter sido introduzido desavisadamente entre os papéis oficiais por algum parlamentar.
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