Governo poderá liberar R$ 78 mi para combater aftosa

O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), informou há pouco que o governo tem interesse em liberar imediatamente R$ 78 milhões para o setor de defesa sanitária. Dessa forma, pretende-se resolver o problema de contaminação do gado no Mato Grosso do Sul por febre aftosa. Caiado se reuniu hoje pela manhã com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. O ministro, por sua vez, esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi quem anunciou a pretensão do governo.
Distribuição
De acordo com Caiado, dos R$ 78 milhões que poderão ser liberados, R$ 58 milhões irão para a área de defesa sanitária, e R$ 20 milhões, para o aparelhamento de laboratórios. Será necessário contratar emergencialmente técnicos e veterinários para trabalhar no controle da doença. Outro ponto discutido durante a reunião foi a indenização dos produtores que terão que abater todo o rebanho contaminado. O Ministério da Agricultura ainda não tem os números de quantos proprietários no Mato Grosso do Sul foram afetados. Caiado, porém, estima que entre 15 mil e 20 mil animais possam estar contaminados. O parlamentar defende ainda a atuação do Exército para garantir o isolamento da área, o que seria uma “satisfação” aos importadores e consumidores. Ele destacou que vários países já cancelaram as compras de carne brasileira, como África do Sul e Israel. "Precisamos saber se a vacina foi capaz de imunizar o rebanho ou se a contaminação aconteceu por algum sub-tipo do vírus da febre", disse.
Prejuízos
Segundo cálculos de Ronaldo Caiado, a febre aftosa trará prejuízos diários de R$ 55 milhões, contando também com as perdas nas exportações. O setor exportou, nos últimos nove meses, cerca de R$ 13,1 bilhões. Ele criticou ainda os cortes no orçamento feitos neste ano para o setor de defesa sanitária, que podem, em sua avaliação, ter ocasionado a crise. Para este ano, R$ 168 milhões estavam previstos para o setor. Porém, só foram gastos R$ 90 milhões. Além de Caiado, participaram da reunião com Rodrigues os deputados Waldemir Moka (PMDB-MS) e Moaciar Micheletto (PMDB-PR), ambos integrantes da Comissão de Agricultura.
As informações são da Agência Câmara.