Turner dá versão para empréstimo da Natimar com Discovery
Sobre o empréstimo de R$ 14 milhões obtido pela Natimar junto à empresa Discovery, Turner disse que pode se tratar de uma opção que os exportadores têm para regularizar a entrada do capital quando não há possibilidade de realizar a exportação física das mercadorias no prazo estabelecido pelo Banco Central. Nesse caso, transformam-se os contratos de câmbio com fins de exportação em contratos de empréstimo.
O depoente não soube especificar o prazo dado pelo BC, mas ressaltou que muitas vezes a exportação não é realizada por alteração nas taxas cambiais. "Quando há alta acentuada em curto período na cotação da moeda estrangeira, os ativos brasileiros ficam muito mais baratos e, por isso, são exportados em grande quantidade", explicou Turner, ao citar o exemplo de uma empresa que vendeu milhares de aparelhos de barbear durante a alta do dólar, pouco antes das eleições de 2002.
Orientação
Turner admitiu que pode ter orientado Quaglia sobre a transformação do contrato de câmbio para exportação em contrato de empréstimo com a Discovery. "Ele me pergunta duas vezes por dia sobre as operações que deve realizar", declarou.
Ao relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), o depoente afirmou que o BC não intervém nos contratos de câmbio para exportação. "O risco é do credor", explicou.
Collor
O doleiro começou seu depoimento explicando os vários processos abertos contra ele pelo Ministério Público. Em um deles foi condenado a dez anos de prisão. "Desde minha vinculação ao impeachment do ex-presidente Collor, minha vida foi se transformando em vários processos", lamentou. Em 1992, Najun Turner ficou conhecido por ser um dos envolvidos na "Operação Uruguai", criada para justificar empréstimos milionários do então presidente Fernando Collor de Mello.
Amigos
Segundo Turner, todas as suas atividades no mercado financeiro foram realizadas como pessoa física. Ele disse que não participa como sócio de nenhuma empresa no Brasil.
Turner admitiu ainda ser amigo do sócio da Bonus-Banval Enivaldo Quadrado, e ter operado com ele a partir de 1990. Ele lembrou que é igualmente amigo de Antonio Claramunt, o Toninho da Barcelona, há mais de 20 anos. O doleiro dividiu cela com Barcelona no presídio onde cumpre pena. Turner também ressaltou que Barcelona negou ter realizado operações de câmbio para políticos e partidos.
A reunião ocorre na sala 9 da ala Senador Alexandre Costa, no Senado.
As informações são da Agência Câmara.
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