Polícia apreende 14 toneladas de maconha me Guarulhos
SÃO PAULO - A polícia apreendeu na noite de sexta-feira 14 toneladas de maconha em um galpão em Guarulhos, na Grande São Paulo. A droga foi transportada por um caminhão até o local, junto com um carregamento de soja. A maconha seria guardada em um cômodo do galpão que não suportou o peso e desabou. Seis pessoas foram presas. A polícia já vinha investigando o grupo, através de escutas telefônicas. A droga teria vindo do Paraguai e seria distribuída na Grande São Paulo.
Comentário do blog: Nos programas de rádio que apresentei e apresento - principalmente no período de 1990 a 2000, na fronteira com a Bolívia - denunciei e continuo denunciando a grave situação de abandono nas fronteiras do Brasil com o Paraguai e a Bolívia.
O primeiro, grande produtor de maconha, com quadrilhas controladas pelo traficante Fernandinho Beira-Mar, que matou os integrantes da família Morel, que controlava o tráfico de maconha em Capitán Bado, na fronteira com Mato Grosso do Sul.
O segundo, produtor e rota da cocaína que chega aos grandes centros consumidores no Brasil e no exterior, principalmente Estados Unidos da América e países da Europa.
A apreensão citada acima, de 14 toneladas de maconha - que não são 14 gramas ou 14 quilos - serve para comprovar, mais uma vez, o grande queijo cheio de furos no qual se transformou a nossa fronteira.
Repito e velha e manjada pergunta de sempre, com a experiência de quem já trabalhou como repórter nos morros dominados pelo tráfico de drogas no Rio de Janeiro: __ Quantas plantações de maconha e de folhas de coca existem, por exempo, no Rio e em São Paulo? Quantas refinarias funcionam nesses estados brasileiros?
A resposta é elas - plantações e refinarias - não estão no Brasil. As exceções são mínimas.
Portanto, toda a violência causada pelo narcotráfico - que é mantido, financiado e sustentado pelos "dependentes químicos", anteriormente chamados de "viciados" - tem a sua origem nesses países produtores de drogas e que fazem fronteira com o Brasil.
É necessário que a verdadeira ação contra esses criminosos seja iniciada nas fronteiras, a 2.000 quilômetros e oeste do Rio de Janeiro e a 1.500 a oeste de São Paulo.
Quando isso acontecer, os ônibus não serão mais incendiados pelos traficantes de drogas no Rio de Janeiro, matando inocentes.
Lembro, ainda, da última fase de uma ação de contra-guerrilha, que aprendi no CPOR/RJ (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro) no fim dos anos 1970: chama-se "cerco e aniquilamento".
Calma, gente. Não se trata de matança indiscriminada nem de "entrar atirando", termo usado pela Anistia Internacional, referindo-se ao Brasil e que publiquei hoje aqui no blog.
"Cerco e aniquilamento" é a fase terminal de toda uma operação de inteligência, com levantamento de informes, que depois de checados e analisados transformam-se em informações precisas.
Onde estão os traficantes? Quem é responsável pelo abastecimento das "bocas-de-pó"? Quem gerencia? Quem financia as compras, sempre feitas com dólares? Quem consome?
Aí vem a parte que parece um "ovo de Colombo": Se as drogas chegam num morro carioca, por exemplo, é evidente que elas vieram de um determinado lugar - a maconha normalmente vem do Paraguai e a cocaína tem origem na Bolívia - e foram entregues ao traficante do Cantagalo, em Ipanema, zona sul do Rio, não é mesmo?
Pois bem. Essas drogas têm que "subir o morro", não é, caro leitor(a)?
E se houver um aparato montado, de vigilância extrema, nas entradas e saídas desse Morro do Cantagalo, como é que os traficantes e suas "mulas" - pessoas que transportam as drogas - poderão introduzir as mercadorias nas "prateleiras" de exposição ao público consumidor?
Simples, não? Mas é claro que dá trabalho e tem que ser uma operação por pessoas imunes à corrupção e com apoio incondicional das autoridades.
Se uma panificadora, situada na Rua Bulhões de Carvalho, por exemplo, no Posto Seis, em Copacabana - próxima aos Morros do Pavão Pavãozinho - , for impedida de receber o trigo, matéria-prima essencial para a fabricação do pão, como poderá funcionar?
Então, está na hora de se deixar de lado a "conversa fiada" e colocar em ação planos inteligentes, que funcionem plenamente e ajudem a diminuir essa praga que toma conta de todo o mundo.
Ao mesmo tempo, há que se investir pesado na redução do cosumo, atacando assim a lei mais antiga do comércio, que é a da oferta e da procura.
Programas de prevenção ao uso e abuso de drogas têm que ser incrementados pelo Estado, que tem a obrigação de orientar as crianças, para que não se tornem os consumidores de amanhã.
Sobre prevenção ao uso e abuso de drogas, clique aqui à esquerda, nos "banners" do DARE e Proerd, para ler mais.
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