Deputados criticam medida para reduzir gasto em campanha

O vice-líder do PDT André Figueiredo (CE) criticou há pouco no Plenário a proposta de limite de gastos para campanhas eleitorais prevista no Projeto de Lei 5855/05, do Senado. Para ele, os principais prejudicados serão candidatos que têm base social e não contam com a ajuda de empresas. André Figueiredo diz que a proibição de doações de entidades sem fins lucrativos que recebam recursos no exterior, caso da maioria das ONGs, atinge esses candidatos, enquanto empresas multinacionais poderão doar livremente a candidatos. "O que não queremos são os gastos exorbitantes, mas, da forma como está, o que estamos proibindo aqui é o caixa um", concluiu.
O mesmo questionamento foi feito pelo deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE), que adverte que, se o projeto for aprovado como está, haverá vantagens apenas para os candidatos ligados ao poder econômico. "Como se pode proibir a distribuição de buttons e não o uso de backlights e outdoors que ficam à margem de grandes avenidas?", indagou. Para ele, a proposta precisa ser aperfeiçoada para não gerar distorções. Ele concorda com a proibição do uso de trio-elétricos e showmícios, mas não permitir o uso de pequenos carros de som em praças e portas de fábrica seria um equívoco, em sua opinião.
Mídia
O deputado Eduardo Valverde (PT-RO), embora também tenha críticas à proposta, considerou válida a preocupação com o tema. Para ele, o discurso de mídia cria várias ilusões e acaba distorcendo a vontade popular, ao não permitir que a população construa referenciais políticos. "É preciso que a população não veja o marketing e, sim, a qualidade programática do candidato", analisou.
As informações são da Agência Câmara.