Artigo de Luiz Leitão: A sociedade acuada
A sociedade acuada
Por Luiz Leitão (*)
Jamais o Brasil passou por semelhante situação, que, no máximo, encontra paralelo nas ações terroristas perpetradas nos anos 60 e 70 pelo grupo que hoje está no poder, à época taxados de subversivos, com razão, posto que ninguém pediu a eles que derrubassem o regime à força. Ninguém pediu violência, mas a intenção de gente como José Dirceu e Genoíno não era patriótica, e sim assumir o poder, o que tentam até hoje, de maneira diversa, mas igualmente criminosa, sob a batuta de Lula da Silva.
Temos em ação um crime organizadíssimo, cuja espinha dorsal são as comunicações. Nossas autoridades em Brasília estão há mais de ano enrolando para aprovar, via Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, a interrupção do sinal das estações de Rádio-Base, que transmitem os sinais de celulares, próximas aos presídios, ou a instalação de bloqueadores de sinal nas cadeias,
Não bastasse isso, o Judiciário levou duas semanas, mais ou menos, para apreciar e deferir um pedido de escuta da polícia civil de São Paulo dos celulares da organização criminosa-palavra da moda-denominada “PCC-Primeiro Comando da Capital”. Então, mais uma vez, Judiciário e Executivo conspiram contra a sociedade. O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, alheio à realidade gritante que aflige a todos, declara, irresponsavelmente, que a situação está sob controle. Enquanto Lembo diz isto, carros da polícia são metralhados, pais aflitos buscam seus filhos nos colégios e 3 milhões de trabalhadores, só em São Paulo, ficam sem condução.
Mas Cláudio Lembo (PFL), altaneiro, dispensa a ajuda do Exército e da Força Nacional de Segurança – criada exatamente para isto. Não custará um tostão aos cofres do Estado a ajuda federal; então foge à compreensão a recusa do governador em exercício. Quantos mais precisarão morrer para que Lembo engula sua empáfia e aceite de bom grado a ajuda federal?
O que estão esperando nossas autoridades para mandar interromper os sinais de celular nos presídios imediatamente, para desarticular um movimento que já atinge outros Estados da federação?
Um acinte a que são submetidos policiais, que têm que esconder suas identidades funcionais; não podem sequer pôr o uniforme para secar no varal, do contrário seriam identificados como tal nas comunidades em que vivem, graças ao salário de fome pago pelo Estado.
De fato, o que pensará o cidadão, sabendo que há várias unidades do Exército Brasileiro onde os praças e oficiais poderiam sair às ruas para impor a ordem, mas que não serão utilizadas, porque nosso governador acha que dá conta do recado sozinho?
Quando um crime é perpetrado contra uma só pessoa, a solidariedade da sociedade se resume a um lamento e ponto final. Mas quando toda a sociedade é atingida, os humores se galvanizam e todos exigem uma solução.
A saída está nas mãos do Legislativo, do Judiciário e do Executivo, os três Poderes, dos quais, não me canso de dizer, somos reféns. Reféns, sim, mais de oitenta mortos, em sua maioria policiais.
O que será daqui por diante? Lembo seguirá com sua empáfia, achando que sua segurança pública, capitaneada pelo incompetente, arrogante, secretário Saulo Abreu dará conta do recado? Acaso é motivo de fraqueza aceitar a ajuda oferecida pelo governo federal?
Lembo demonstra claramente não estar à altura do governo de São Paulo. Um político menor, desde os tempos de Olavo Setúbal, de Paulo Egídio Martins.
Ainda bem que seu mandato termina ao final deste ano; jamais se viu tamanha inépcia no gerenciamento de uma crise como esta.
(*) Luiz Leitão
São Paulo, Brasil
luizleitao@allsites.com.br
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