Farid Yunes escreve sobre Armando Anache, o repórter

Um amigo telefona para o meu celular. "Armando, você já leu o que o Farid Yunes, editor do 'Correio de Corumbá', escreveu sobre você?", pergunta esse amigo.
Fazendo, naquele momento, a mudança de transmissores da Rádio Independente, respondo que não.
Ele diz, direto de Campo Grande - a 135 quilômetros a leste de Aquidauana e Anastácio -, que vai ler o artigo para mim, pelo telefone.
Surpreso, digo que estou pronto para ouvir. Comento apenas que "se fosse coisa ruim o telefone já teria tocado mil vezes."
Ele ri do outro lado da linha e passa a ler o artigo.
Depois de ouvir, digo que "é uma grata surpresa ouvir o artigo do Faridão, pois ele só reitera que 'o tempo é o senhor da razão' e só lamento que essa frase tenha sido usada por um ex-presidente da República, que sofreu 'impeachment' no início dos anos 1.990."
Mas, "escrito pelo Farid, o artigo chega a mim como um verdadeiro presente de aniversário, cuja data lembrei ontem, trabalhando como sempre e sem tempo para comemorações", falo ao amigo que ligou de Campo Grande.
Trancrevo abaixo, na íntegra, o artigo publicado na coluna "Coisas que acontecem, por Farid Yunes Solominy", no prestigioso jornal "Correio de Corumbá":

"Mídia
Por oito anos ocupei o cargo de assessor de imprensa da prefeitura de Corumbá e sempre tive uma concepção definitiva sobre a função dela no contexto público.
A divulgação é apenas a conseqüência do bom trabalho que é a verdadeira causa do sucesso do político.
Uma cidade como Corumbá que é de pequeno porte, o cidadão anda em cima do problema ou da solução e aí ele fará o julgamento final.
Um outro fato é que tendo conseqüência ou não tudo acontece no município já que o país é algo abstrato.
A crise nacional como desemprego, custo de vida, dificuldades explodem no Município. Nenhum Governo se sustenta somente em mídia, pois ao mesmo tempo em que elas fazem um herói, em momentos transforma em vilão. Sabemos de muitos casos injustos ou não em que o político dorme carcereiro e acorda presidiário.
O certo é que uma figura é inerente a esta cena narrada: o puxa saco. Este é o grande entrave para que a visão do homem público não olhe só para o lado. Enxergue para dentro e visualize o caminho da simplicidade. O difícil é fazer o fácil.

Mídia 2
Um dos momentos mais explosivos a partir de 1985, onde deixamos de ser município considerado de Área de Segurança Nacional e os prefeitos eram nomeados, foi no final de Governo do ex-prefeito Hugo Costa e nos subseqüentes como de Fadah Gattass e Ricardo Candia.
Isso porque em 1987 voltava a Corumbá o radialista Armandinho Anache, recém saído da Rádio Globo do Rio de Janeiro.
Armandinho, jornalista, radialista preparado, malicioso e articulado, também poderoso, pois o pai era deputado, dono da Rádio Clube, tinha em seus quadros na Assessoria Legislativa, meia dúzia de advogados.
Além da poderosa audiência da Rádio Clube proporcionada pelos programas que Armandinho comandava, o radialista fazia aparições nas diversas redes de TVs do Brasil: Globo, SBT, Manchete, Bandeirantes, Record. Todos se interessavam pelo “Xerife do Pantanal” como era conhecido pelo país afora, por combater as diversas “bocas de pó” de Corumbá. Armandinho também foi correspondente da “Voz da América” em Corumbá.
Armandinho, em princípio não tinha pretensão política, e foi crescendo esse sonho de ser prefeito a cada crescimento do prestígio radiofônico. Armandinho, “bateu duro” como se diz no jargão na Administração Hugo Costa em seu último ano, nos quatro anos da segunda gestão de Fadah Gattass e também no quadriênio de 1993 a 1996, que foi do então prefeito Ricardo Candia. Eu tive a satisfação de enfrentar todos esses períodos: um adversário competente, poderoso, preparado e articulado.
Hugo Costa fez o seu sucessor com Fadah Gattass, Fadah Gattass também o fez que foi Ricardo Candia e de lá pra cá ninguém mais fez o sucessor. Ricardo ou Eder.
Imaginem se Armandinho estivesse no ar."


Comentário do blog: Enviei ao colega do "Correio de Corumbá" o comentário que publico abaixo, na íntegra.

Comentários:
armando - 08/05/2006
Caro colega Farid,
Suas palavras foram generosas demais para este jornalista e radialista. Obrigado.
Apenas um reparo: Retornei à nossa querida Corumbá em novembro de 1.989, e não em 1.987, quando ainda trabalhava no Sistema Globo de Rádio no Rio de Janeiro. Em 1.988 e 1.989 fiquei em Recife (PE), onde assumi a coordenação de jornalismo do Sistema Globo de Rádio no Nordeste. Só retornei à Cidade Branca porque o meu pai, Armando, e os meus tios João, Laurita e Fause me chamaram para "trabalhar nas emisoras da família etc. e tal." Abandonei, então, a carreira na Globo e o resto você sabe. Creio, hoje, ter agido mais com o coração do que com a razão. Mas muitos detalhes, ainda inéditos, só publicarei no meu livro, ok?
Obrigado mesmo, de todo coração. O seu artigo foi um verdadeiro presente de aniversário (7/5), pois tenho a certeza de que você escreveu com a razão e também usando o coração.Mais uma vez, obrigado. Abraços fortes deste colega que continua "batendo (no sentido figurado de falar e escrever, claro!) firme e forte, com a notícia do tamanho da verdade, doa a quem doer."
Atenciosamente,
Armando (Armandinho) de Amorim Anache - Jornalista e radialista
www.aanache.blogspot.com
armando@pantanalnews.com.br