Artigo: Menos gravatas e mais ação
"Allah Wackbar!" A expressão árabe - e com ela homenageio o delegado e patrício Said e seus colegas -, em português, significa "Deus é grande!"
Assim, peço a Deus que continue iluminando os delegados e suas equipes de investigação, tanto em Corumbá quanto em Ladário.
Eles anunciam, à comunidade, o êxito alcançado nas investigações sobre vários crimes que chocaram esta fronteira do Brasil com a Bolívia.
Um dos mais chocantes, sem dúvida e homenageando aqui as demais vítimas de execuções sumárias, foi o latrocínio que vitimou o agente de saúde Salomão Porfírio da Silva, 23, em 27 de março, na Vila Industrial.
Que Deus permita que possamos, nós da imprensa, escrever e falar, outras vezes mais, sobre novos sucessos alcançados. "Inchallah!" Tomara que esteja escrito nos céus. "Macktub!" (Está escrito, ou estava escrito).
Como já escrevi aqui, e não canso de repetir e espero não morrer falando sobre o mesmo e infindável tema, o pano de fundo para a maioria dos crimes é o narcotráfico, que algumas poucas autoridades insistem em querer manter encondido em baixo dos tapetes felpudos dos seus gabinetes refrigerados, com muita água gelada e café quente no bule.
Mas o povo, o mesmo povo pagador de impostos que geram as riquezas de um Estado, usadas para pagar os seus servidores públicos, exige mais.
Mais ação nas ruas e menos gravatas nos verdadeiros espetáculos de mídia em que se transfomaram, principalmente neste século 21, as entrevistas coletivas à imprensa.
Mais coletes á prova de balas, nos corpos de todos, inclusive delegados, para enfrentar os bandidos, e menos palavras que, sempre, procuram justificar a falta de êxito em algumas ações.
"Faltam materiais, não temos combustível, o armamento é antigo..." O povo está cansado de ouvir essas justificativas.
Que seja usado tudo o que estiver à mão. A boa vontade supera a falta de quaisquer equipamentos.
A ajuda do povo, lembrada na coletiva, sempre houve em Corumbá e Ladário. Também já escrevi sobre esse tema aqui neste espaço. Não vou repetir. Só para lembrar, de novo, o primeiro "disque-denúncia" foi criado em Corumbá, em 10 de abril de 1990, há 18 anos. Atendia a população, que colaborava todos os dias, por meio do número 231-_ _ 33 (naquele 1990 não havia, ainda, o prefixo 3231).
Autoridades de hoje, procurem se informar sobre a História do povo guerreiro, altaneiro, heróico, honesto, trabalhador e bravo de Corumbá.
Esse povão não apóia o narcotráfico. Essa comunidade das duas cidades brasileiras sabe que "quem compra drogas financia a violência." A mesma violência que matou Salomão e tantos outros.
A duradoura cretinice, defendida por alguns pacóvios - para não escrever termos mais fortes e nem ofender a honra de quem quer que seja - que permite que motos e carros e caminhonetes, produtos de roubos aqui no Brasil, sejam comprados "de boa fé" do outro lado da fronteira. Isso tem que mudar! É uma luta antiga da comunidade!
Talvez eu já esteja me transformando num "globossauro", como carinhosamente eram chamados os colegas jornalistas mais antigos, no Rio de Janeiro, nos meus velhos tempos de estagiário.
Mas, naquele Rio de Janeiro, já conflagrado há 23 anos pela luta entre quadrilhas rivais, que disputavam o controle do narcotráfico, eu via delegados chamados de "operacionais". Não ficavam nos seus gabinetes com cheiro de mofo, podres e fedidos, com móveis do tempo de Getúlio Vargas, naqueles anos oitentas e antes da Constituição Cidadã de outubro de 1988.
Eles, alguns poucos, é bom que se diga, vestiam seus coletes à prova de balas, empunhavam suas metralhadoras, pistolas calibre 9 milímetros, escopetas e outros armanentos, e iam para a luta contra a bandidagem, chefiando suas equipes de trabalho. O povo adorava! Os traficantes detestavam!
Ninguém me contou sobre esses fatos. Eu os vi e acompanhei muitos deles, ao vivo, nos morros cariocas.
E, vendo o que vi como "testemunha ocular da História", embora, repito, não fosse o "Repórter Esso", pensava sempre: "Isso não pode acontecer, jamais, na minha querida Corumbá!"
Vamos à luta! Parabéns pelos êxitos. A população honesta e ordeira, maioria absoluta nesta fronteira, aplaude em pé, senhores e senhoras delegados e equipes.
Mais inteligência, mais investigação, mais ação. E que o governo do Mato Grosso do Sul também cumpra com o seu dever de garantir total segurança aos cidadãos.
Portanto, menos gravatas e mais ação nas ruas, por obséquio!
(*) Jornalista e radialista, escreve no Capital do Pantanal, no Portal Pantanal News, no Blog do Armando Anache (www.aanache.blogspot.com) e na página "A luta de um repórter pela vida" (http://aaanache.googlepages.com/home); apresenta o Programa Armando Anache, na rádio Independente, das 8 horas ao meio-dia (ao vivo, pela web, por meio do Portal Pantanal News)
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home