Por
Armando de Amorim Anache (*)Leia, atentamente, a notícia veiculada no
Portal G1, da Globo, na quinta-feira (27). Por uma triste coincidência, naquele dia era executado, com quatro tiros, na Vila Industrial, em Corumbá, o agente de saúde Salomão Porfírio de Souza, 23 anos:
"Chefe de grupo que exportava motos roubadas é detido
Pacotes com peças desmontadas eram trocados por cocaína, segundo a polícia.
Desmanche funcionava no fundo de uma loja de carros e de um estacionamento.
Mais uma pessoa foi presa na tarde desta quinta-feira (27). Segundo a polícia, o boliviano que foi detido é apontado como o chefe de um desmanche de motos roubadas descoberto na Vila Guilherme, Zona Norte da capital paulista.
O desmanche funcionava nos fundos de uma loja de carros e de um estacionamento. De lá, as caixas com as peças eram colocadas em caminhões e transportadas para Corumbá, no Mato Grosso do Sul.
Segundo a polícia, as motos seriam remontadas, receberiam documentos falsos e passariam a circular sem que ninguém suspeitasse. O pagamento era feito com cocaína, que abastecia o tráfico em São Paulo.
Cinco mecânicos que faziam o trabalho foram presos em flagrante."
Este repórter e blogueiro não cria notícias. Muito menos fatos. Apenas noticio o que acontece. A notícia acima nem é de minha autoria, por isso citei a fonte.
Será que, para qualquer uma das autoridades desta fronteira, a notícia acima - que trata da troca de motos roubadas no Brasil por cocaína da Bolívia - é uma novidade?
Claro que não. Esse tipo de escambo - troca de uma mercadoria por outra, sem uso de moeda - ocorre há muitos anos. É público e notório.
Parabéns à polícia, que prendeu os acusados, graças às investigações do delegado Adalberto Barbosa e sua equipe da Delegacia de Repressão a Roubo e Furto de Veículos do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), em São Paulo.
Ah, sim. Alguém já sabe onde está a moto do agente de saúde Salomão Porfírio de Souza, executado sem nenhuma chance de defesa, aos 23 anos?
Qual o motivo desse crime que chocou a comunidade? O que há por trás dessa execução sumária? Quais as circunstâncias desse latrocínio? Existe alguma relação entre a notícia veiculada no G1 e o roubo da moto do jovem Salomão?
Salomão foi o terceiro rei de Israel e o seu nome é derivado do hebraico "Shalom", que significa paz, ou "Pacífico". No Corão, é chamado de Suleiman. Governou por mais de 40 anos. Quase o dobro dos 23 vividos pelo agente de saúde de Corumbá. O nosso Salomão, certamente, sonhava com uma vida pacífica. Morreu de forma trágica.
Na passeata do sábado (29), uma das faixas mostradas pelos jovens dizia: "Não deixe a violência virar uma epidemia". Resta, agora, às autoridades, unirem-se ao povo e, de uma vez por todas, promover o combate sistemático a esse mal.
Ou vamos, todos, aguardar a chegada da epidemia? Maquiavel, na sua obra "O Príncipe", ensina que "o mal, enquanto pequeno, é de difícil diagnóstico, às vezes; mas de fácil cura; no entanto, o mal, quando cresce, torna-se de fácil diagnóstico e difícil cura."
A sorte está lançada.
A hora é de união contra o inimigo comum, que assusta toda a comunidade.
Que Deus ilumine a todos.
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