Artigo: TIRSS - Interesses escusos na Demarcação Contínua
O blog recebe e publica, abaixo, o artigo:
TIRSS - Interesses escusos na Demarcação Contínua
Por Hiram Reis e Silva (*)
“Uma coisa tem que ficar clara. Esta parte do Brasil é importante demais para ser deixada aos brasileiros”.
(The Independent)
- A criminosa omissão da Mídia
Embora, estejamos vivenciando o mais importante momento do século XXI para o país, que é a ‘Questão da Raposa e Serra do Sol’, grande parte dos meios de comunicação nacional teimam em desviar a atenção da população para temas de menor relevância. Parece que parte deles, principalmente a Grande Mídia, está comprometida, acorrentada, submetida a um patrulhamento ideológico que tenta, omitindo a realidade dos fatos, evitar que os ‘caras pintadas’ novamente se levantem em defesa dos interesses maiores da pátria. A história irá, sem dúvida, registrar no futuro, a criminosa omissão da mídia brasileira.
O julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da constitucionalidade da demarcação contínua da Terra Indígena Raposa e Serra do Sol, irá definir, doravante, se merecemos o respeito dos outros povos pelo valor que damos à nossa soberania e a capacidade de lutar por ela, ou então nos colocará, definitivamente, como meros lacaios das potências dominantes. A decisão definirá se seremos, de agora em diante, meros expectadores ou protagonistas de nossos destinos.
O futuro da humanidade repousa na ‘Terra das águas’, não apenas pela influência que tem sobre o clima, e outros tantos chavões conhecidos, mas fundamentalmente, pelos seus recursos naturais. Por isso, a atenção dos estrangeiros se concentra nela há séculos, infelizmente brasileiros de todas matizes ideológicas, acabam sendo seduzidos pelo canto das sereias que inteligentemente utilizam simpáticos e atrativos subterfúgios como preservação do meio ambiente e populações indígenas para mascarar seu verdadeiro desiderato. Condená-los, não, cada povo defende seus próprios interesses.
“Zeca Cabelo de Milho, como é tratado carinhosamente pelos índios, já visitou 80% das terras indígenas do Brasil. Com a autoridade de quem é conselheiro do cacique Raoni, ex-aluno do etnólogo Pierre Verger e ex-auxiliar da psiquiatra Nise da Silveira, Gonçalves Filho considera que o risco de cooptação dos índios por estrangeiros interessados nas riquezas amazônicas é real, e que a defesa dos índios muitas vezes esbarra em conceitos românticos de quem não conhece de fato a realidade. ‘O general Heleno quebrou essa redoma lúdica em que o índio é tratado como objeto de estudo, dissecado como sapo nas universidades ou tratado como Deus’, diz Zeca. ‘Confunde-se terra indígena com santuário ecológico. O Exército deve manter domínio sobre linhas de fronteira, pois os agentes externos estão cooptando os índios e a população ribeirinha para produzir riquezas. O que o general falou é verdade’. Recentemente, Zeca ajudou a concretizar um convênio entre o Banco do Brasil e os caiapós, para apoio a projetos de desenvolvimento sustentável na área de extrativismo e comercialização de produtos florestais. ‘Os índios querem se integrar, produzir, ter acesso à informação, estão sedentos de conhecimento.’ (Hugo Marques - IstoÉ - Edição 2008 - 30/04/2008)
Os ‘indígenas são humanos’ deveria ser uma afirmação óbvia nos dias de hoje, considerando que em 2 de junho de 1537, o Papa Paulo III, em sua bula ‘Sublimis Deus’, reconheceu oficialmente que eles possuíam alma. Parece, porém, que antropólogos, principalmente estrangeiros, contestam esta afirmativa e tendem a tratá-los como seres de outro planeta ou mesmo como divindades. Ora, como qualquer ser humano, eles sempre tiveram suas virtudes e seus vícios embora pareça que graças à omissão sistemática das autoridades e à ação nociva das ONGs se verifique o embotamento das virtudes e a exacerbação dos vícios.
Em entrevista à rádio CBN, no dia 10 de maio do corrente, no programa ‘Fato em Foco’, debati o tema ‘A questão indígena no Brasil’ com a advogada Joênia Batista de Carvalho, da etnia Wapichana e assessora jurídica do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Na ocasião, afirmei que o indígena aculturado e perfeitamente integrado precisava ser de fato, reconhecido como cidadão brasileiro já que não é o berço que identifica o índio, mas o estado atual de seu desenvolvimento, em contato com o mundo civilizado. Joênia foi totalmente contrária à minha afirmativa, apelando para preservação da cultura e outros tantos chavões criados pelas ONGs indígenas, dando claras demonstrações que, do ‘Brasil’, o CIR só quer as terras e os direitos, mas nenhuma obrigação ou dever.
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