O Globo: Cesar Maia insiste no ataque, Palocci nega
Cesar Maia insiste no ataque, Palocci nega
Martha Beck e Evandro Spinelli
*BRASÍLIA e RIBEIRÃO PRETO (SP). O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), continuou a atacar ontem o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, acusando-o de ter omitido, na entrevista de domingo, 18 contratos com a Leão & Leão durante sua segunda gestão como prefeito de Ribeirão Preto. O ministro, porém, contestou Cesar. No domingo, após a entrevista coletiva de Palocci para negar as denúncias feitas por seu ex-assessor Rogério Buratti, Cesar afirmou, em seu blog, que, além do contrato emergencial citado pelo ministro, havia mais um, assinado para administrar o aterro sanitário da cidade paulista. Ontem, também em seu blog, o prefeito disse que os contratos de Ribeirão Preto com a Leão & Leão assinados entre 2001 e 2002 totalizavam 19. Uma nota divulgada ontem pelo Ministério da Fazenda afirma que, durante a entrevista, Palocci confirmou a existência de “outros contratos emergenciais” com a Leão & Leão durante sua gestão. Na entrevista, o ministro se referiu a dois contratos: um herdado e outro assinado em sua gestão. Na nota, o ministério diz que Palocci nega a acusação de Cesar de que o ministro mentiu e afirma que outros contratos não foram objeto de questionamento na entrevista. A nota também afirma que o contrato sobre o aterro sanitário (citado na véspera por Cesar), que está em vigor, foi feito por meio de licitação e aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. O ministério encerra a nota afirmando que Palocci está à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários. Durante sua segunda gestão em Ribeirão Preto, Palocci fez 19 contratos com empresas do grupo Leão & Leão, totalizando R$ 53,9 milhões. Nove foram feitos sem licitação, totalizando R$ 4,1 milhões. O maior contrato assinado pelos órgãos da prefeitura na gestão de Palocci (janeiro de 2001 a novembro de 2002) foi para a operação e a manutenção do aterro sanitário e a coleta e a destinação dos lixos hospitalar e reciclável. Assinado em fevereiro de 2002 e com validade de cinco anos, o contrato tem valor total de R$ 41,6 milhões. A Leão Ambiental (na época ainda com a razão social de Leão & Leão Ltda.) cuida do aterro sanitário de Ribeirão Preto desde 1998, mas até 2002 prestou os serviços amparada por contratos temporários emergenciais assinados sem licitação. Somente na gestão de Palocci foram quatro contratos, todos com validade de 90 dias e valor de R$ 769,5 mil.
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