Revista Veja: O marketing e a corrupção
Já escrevi aqui sobre as "Saudades da lata de querosene", em 16 de junho, logo no início da grave crise que assola o país. Dentro da ´serie "recordar é viver", leia abaixo:
Saudades da lata de querosene
Depois do depoimento do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), na Comissão de Ética da Câmara, em Brasília, lembrei-me das palavras do meu pai Armando Anache, 74, ex-prefeito de Corumbá (1979 a 1982) e deputado estadual de Mato Grosso do Sul (1983 a 1994). "Meu filho, bons tempos eram aqueles, nos anos 1960, 1970 e 1980, em que fazíamos as campanhas políticas subindo em velhas latas de querosene, para discursar usando apenas a força das cordas vocais e sem palanques como os atuais, que mais lembram um show da Broadway. "Ele se lembra das campanhas do candidato a deputado estadual José de Freitas, na década de 60, quando o Mato Grosso ainda não havia sido dividido e o máximo que havia de luxo era o "jingle" que o povo cantava : "Meu povo, meu povo, ele vem aí de novo ! O candidato José de Freitas é o homem ideal. Dê o seu voto a ele ... para deputado estadual. "Os "santinhos" eram impressos em preto e branco e o candidato que conseguia, além da lata de querosene, um caminhão velho - emprestado por um amigo ou correlegionário - cuja carroceria era transformada em palo para comícios, já se dava por satisfeito. É verdade. Os tempos mudaram e a hipocrisia na prestação de contas das campanhas milionárias de hoje aumentou muito.
15 de junho de 2005, posted by Armando de Amorim Anache 00:30
Mais recentemente, num comentário que fiz, escrevi que hoje em dia observa-se algumas pessoas, sem preparo algum - nem ao menos sabem falar em público - sendo eleitas para exercer mandatos, em todo Brasil.
Dentro da série "recordar é viver", leia abaixo o que escrevi em 17 de agosto:
Comentário do blog: Como afirmam os comentaristas políticos, o senador José Sarney é um dos poucos que consegue fazer o plenário permanecer em silêncio, quando discursa. Assim aconteceu ontem (16). Neste momento - 11h12 no horário de Mato Grosso do Sul - a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania; está reunida no Senado. Os senadores discutem e examinam o projeto que estabelece normas para as campanhas políticas. Vamos falar no português claro, que o povo entende: Enquando persistir essa situação hipócrita, de "doações com recursos não contabilizados", ou seja, caixa dois, nada mudará no Brasil e tudo continuará como antes no quartel de Abrantes. Shows artísticos, material impresso de alto custo, publicidade, "banners", carros de som e tantas outras despesas só fazem encarecer as campanhas políticas e, assim, somente os candidatos muito ricos - com disposição para arriscar seus patrimônios - ou com vultosas doações "por dentro" e "por fora", por meio do caixa dois da corrupção; continuarão sendo vitoriosos. Eu já senti na pele essa experiência. E sempre desafiei: Vamos para a praça pública, para as emissoras de rádio e de televisão, participar de debates ao vivo, sem cortes, sem edição; para falar dos temas que interessam à população que vai votar no local.Aí é que eu quero ver a cobra fumar e a onça beber água na beira do rio. Hoje em dia, o leitor deve ter muitos exemplos também, o que mais se observa são candidatos despreparados; que nem ao menos sabem falar em público e tudo o mais. E esses, na maioria das vezes - salvo honrosas excessões - ganham as eleições. Quem tem talento para a vida política, mas não aceita os tais "acertos", fica sempre do lado de fora.O que o leitor acha? Ou não acha?
posted by Armando de Amorim Anache 11:12 17 de agosto de 2005
Agora, o mesmo assunto é abordado pela Veja.
Como "santo de casa não faz milagres", leia a revista Veja.
Mas fica registrado aqui que este modesto blog do Pantanal Sul já havia abordado o mesmo tema.
"De leve", como escrevia o grande Ibrahim Sued, no jornal "O Globo", do Rio.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home