Para Zeca, fim de embargo à carne impôs “racionalidade”
Zeca do PT, que havia instruído o secretário Dagoberto Nogueira, de Produção e Turismo, e o presidente da Iagro, João Cavalléro, a que fossem “claros, duros e convincentes” com os representantes dos 15 Estados que haviam embargado a entrada da carne e de produtos lácteos de todo o Mato Grosso do Sul, disse na noite de sexta-feira, após ser informado do resultado positivo da reunião, que “a decisão abre perspectivas reais para que o mercado internacional suspenda gradativamente as restrições impostas à nossa carne.”
O governador destacou ainda como “extremamente importante” o fato de a reunião dos secretários de Agricultura em Brasília ter discutido a uniformização, entre os Estados, das ações de combate à febre aftosa. “Em um setor tão sensível quanto esse, e que envolve interesses estratégicos para o País, é impensável que cada Estado defina sua própria política e haja só no seu interesse particular quando surge um acidente como esse de Eldorado”, disse Zeca do PT.
À exceção de Santa Catarina, todos os Estados refluíram da posição de embargo total para a restrição apenas à carne, produtos derivados e lácteos oriundos dos cinco municípios polarizados por Eldorado, onde se registrou o foco de aftosa. Essa posição foi defendida pelo governador Zeca do PT em seu encontro com o ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, na quinta-feira (13).
Pelo acordo, ficam sem restrições leite e derivados submetidos a tratamento aprovado pela OIE (Organização Internacional de Epizootias), carne desossada e maturada de espécies susceptíveis à aftosa (bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos), carnes de aves, e couros submetidos a tratamento, produzidos fora da zona de restrição formada por Eldorado, Itaquiraí, Iguatemi, Japorã e Mundo Novo. Contudo, a entrada de animais vivos naqueles Estados vai depender de protocolos bilaterais entre Mato Grosso do Sul e cada um deles.
Interesses - “Não podemos perder de vista que, para além da lamentável constatação do foco de aftosa, há todo um jogo de interesses econômicos de cada Estado”, observou o governador Zeca do PT, lembrando que o argumento da defesa sanitária em escala total – vetando a entrada da carne sul-mato-grossense em outros Estados – muitas vezes está apenas criando uma barreira protecionista para a produção de concorrentes de Mato Grosso do Sul no sensível e promissor mercado da carne. “O próprio secretário de Agricultura de Goiás deixou isso claro, e de uma forma até agressiva”, disse o governador.
No fim da reunião de ontem (14), o secretário de Agricultura de Goiás, Roberto Balestra disse que seu Estado estava “eufórico” com o embargo imposto pelo mercado internacional à carne bovina de diversos Estados exportadores, porque isso favoreceria Goiás. “Fizemos o dever de casa, e por isso seremos recompensados”, comemorou o secretário. “Nós também fizemos o dever casa nesse caso, e um surto acidental não poderia mesmo gerar uma punição generalizada só porque isso interessa a alguns Estados concorrentes”, reagiu o governador Zeca do PT.
Nessa mesma linha, o ministro Roberto Rodrigues disse, na noite de sexta-feira, haver sempre o risco de um surto de aftosa no País, mesmo com todos os cuidados sanitários. “Assim como pode haver um caso de poliomielite”, disse Rodrigues, referindo-se a uma doença humana considerada erradicada no Brasil.
As informações são da Agência Popular de Notícias (APn).
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