Polícia do Exército faz bloqueio no Morro da Providência no Rio de Janeiro
Rio - A Polícia do Exército está fazendo um bloqueio na Ladeira do Barroso, um dos acessos ao Morro da Providência, no Centro do Rio de Janeiro. A favela é uma das seis ocupadas pela operação que busca armas roubadas do Estabelecimento Central de Transportes, unidade militar localizada no bairro de São Cristóvão, na zona norte. O grupo revista moradores e veículos que passam pelo local, depois da ocorrência nessa madrugada de um tiroteio que durou meia hora.
O Comando Militar do Leste comanda a operação no Rio de Janeiro há nove dias da e que já reúne 1.600 militares. Os militares buscam cruzar os dados obtidos por meio do Disque-Denúncia, serviço que vem contando com a participação da população carioca. A intenção é tentar descobrir pistas sobre o destino das armas.
Ontem (10), tiroteios deixaram quatro pessoas ficaram feridas. O último caso registrado à noite foi do menino Genilson dos Santos Batista, de 12 anos. Ele sofreu fratura exposta no braço esquerdo e foi operado no Hospital Souza Aguiar, onde permanece internado. O estado de saúde do garoto é considerado estável.
Comentário do blog: Já escrevi vários comentários e artigos, aqui no blog, sobre o problema das drogas nos morros do Rio e de São Paulo e em tantas outras cidades.
Num sábado, 3 de dezembro de 2005, lembrei da operação chamada "Cerco e Aniquilamento".
Clique AQUI para ler novamente.
Nesses dias, observa-se novamente, nos morros ocupados pelo Exército, no Rio de Janeiro, a mesma técnica covarde e cínica - para não dizer canalha, termo considerado muito forte por alguns - dos bandidos ligados ao narcotráfico: Mandam - eu escrevi "mandam" e não "pedem" -, por meio de ameaças, mulheres, homens e crianças para a frente de combate, com o objetivo de tumultuar a operação de repressão desenvolvida pelo "povo fardado", que é o Exército. Tentam, assim, passar à opinião pública uma mensagem deturpada e mentirosa, como se a população que vive honestamente nos morros fosse contra as autoridades a a favor dos bandidos.
Isso é mentira. Verdade, sim, é a ausência do poder público todos os dias, nas favelas dominadas por uma minoria poderosa - com o dinheiro obtido com a venda das drogas, consumida principalmente pelos "cheiradores" de fim de semana que vêm da Zona Sul e que depois vão para as ruas pedir paz, muitos deles até mesmo vestidos de branco - e fortemente armada com fuzis, pistolas, metralhadoras, granadas e até mesmo lança-rojões conseguidos por meio do contrabando e, agora, com a invasão de quartéis do Exército.
Em 1980, quando servi como aspirante-a-oficial no 1.º Batalhão de Engenharia de Combate, em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, existia um alerta sobre a possibilidade de tentativas de invasão daquela e de outras unidades militares. Ficávamos sempre em alerta, principalmente quando tirávamos - aspirantes e oficiais, com soldados e graduados - serviço na guarda.
Naquele ano, uma bomba explodiu na OAB do Rio, matando a secretária, Dona Lyda. Bancas de revistas também foram explodidas, numa tentativa de barrar a abertura "lenta e gradual" do Governo.
Estações dos trens suburbanos da Central do Brasil foram depredadas. Militares do nosso Batalhão Vilagran Cabrita ocuparam a estação de Santa Cruz. Imediatamente, os tumultos cessaram. Sem nenhum tipo de violência. Apenas a presença das tropas já servia para acalmar os ânimos. Sabe por que, leitor (a)? Porque o povo respeita o Exército.
Respeito que falta hoje, infelizmente - e não quero generalizar, porque "toda generalização é burra", como escreveu Nelson Rodrigues - às políciais que travam uma luta diária contra os traficantes de drogas.
O cerco do Exército nos morros do Rio já causou uma excelente notícia, mesmo não encontrando, ainda, as armas roubadas de um quartel em São Cristóvão, onde ficava o nosso CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva), em 1979: Policiais divulgam estatísiticas que dão conta da redução do número de furtos e roubos de veúculos no Rio e também da criminalidade em geral. Drogas, especialmente a cocaína, são apreendidas nos morros pelas tropas do Exército, auxiliadas por policiais militares, civis e federais.
É isso: toda a droga existente tem que ser apreendida, causando prejuízio aos traficantes (já escrevi aqui no blog sobre a "Lei da oferta e da procura" - clique AQUI e leia novamente) pelas autoridades e, ao mesmo tempo, com o cerco aos morros, novas remessas de cocaína que vêm das nossas fronteiras têm que ser impedidas de entrar em território fluminense.
Dá trabalho. Pode haver baixas em ambos os lados. Inocentes podem ser feridos.
Mas é assim que tem que ser feito o combate frontal ao narcotráfico.
"Eles", os traficantes, é que têm que sentir medo. Não a população civil, ordeira, trabalhadora e organizada. Afinal, as pessoas de bem são a maioria. Não os traficantes e os dependentes químicos que, consumindo as drogas, mantêm esse comércio altamente lucrativo e ajudam a aumentar a sensação de insegurança vivida pelo povo do Rio de Janeiro e de outras cidades, inclusive aqui na fronteira do Brasil com a Bolívia e Paraguai.
Não pretendo ser o dono da verdade. Sou apenas um repórter e esta é a minha opinião neste blog.
Aceito sugestões e comentários. Basta o (a) leitor (a) clicar abaixo, em "comments" e enviar.
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