'Correio do Estado' poderá acionar Polícia Federal para apurar a origem de panfleto apócrifo que usa o nome do jornal

Na foto acima, o leitor do blog pode observar a forma correta - texto editado entre fios na mesma página 5A, da editoria de Política, com a indicação clara de "Informe Publicitário" - como foi publicada a pesquisa eleitoral para prefeito de Aquidauana, no jornal "Correio do Estado"

O advogado do Grupo Correio do Estado, Laércio Arruda Guilhem, entrevistado há pouco pelo blog, informa que poderá fazer, amanhã (7), "uma representação à Polícia Federal, para que ela apure a origem e a distribuição, de forma criminosa, de panfletos apócrifos que usam o nome do jornal [Correio do Estado, de Campo Grande, 135 quilômetros a leste de Aquidauana], reproduzindo um 'informe publicitário', mandado publicar por meio de uma agência de publicidade, cujo nome não me lembro neste momento."
No início da noite de hoje, o blog recebeu um exemplar do panfleto. Na parte superior dele - impresso em papel amarelo e com letras azuis -, está o nome do jornal "Correio do Estado", que tem reproduzida a sua logomarca, de grande tradição no jornalismo do Mato Grosso do Sul. Na linha abaixo, cita-se a edição nº 17.001, de 06/06/2008 (sic), pág. 5A.
Na página 5A, na editoria de Política da edição de hoje do "Correio do Estado", foi publicado, dentro de um "box" [texto editado entre fios na mesma página], um "Informe Publicitário" com o "resultado da pesquisa [de intenção de votos para prefeito] no município de Aquidauana."
Por ser "Informe Publicitário", o material publicado não tem nenhuma ligação com o jornalismo do "Correio do Estado", nem com o seu departamento de jornalismo.
O editor de política do maior jornal do Mato Grosso do Sul, Adilson Trindade, disse ao blog que as publicações oriundas do Departamento Comercial da empresa nada tem a ver com as notícias produzidas pela sua equipe de trabalho. "Se alguém usar, indevidamente, o nome do jornal, em material publicado como 'Informe Publicitário', estará cometendo uma fraude", disse o jornalista Adilson Trindade, que também é advogado.

A única notícia relacionada à política, na página 5A da edição de hoje do maior jornal do Mato Grosso do Sul, é a que tem como título "CPI dos Cartões acaba sem indiciamento de nenhum envolvido"; abaixo da foto está o "Informe Publicitário", que não tem nenhum vínculo com as reportagens da equipe de jornalismo do "Correio do Estado"

Este blog sabe que é assim em todos os jornais, no mundo todo.
O blog, para defender o verdadeiro jornalismo - produzido por jornalistas profissionais e não por agências de publicidade [que merecem todo respeito, mas não produzem notícias, mas sim propaganda e publicidade] -, mostra, nas fotos que publica, o "Informe Publicitário" publicado, de acordo com a Lei, no "Correio do Estado".
No entanto, quem mandou imprimir os panfletos apócrifos, fere os fundamentos básicos do bom jornalismo, tentando confundir os leitores. No panfleto, sem a ressalva de ser um "Informe Publicitário", portanto notícia publicada mediante pagamento, tenta-se induzir o leitor a pensar que quem fez e publicou a pesquisa foi o jornal "Correio do Estado".
No entanto, quem encomendou a mesma pesquisa, publicada como "Informe Publicitário", foi o tradicional e mais antigo jornal semanal de Aquidauana, "O Pantaneiro".
Nesse verdadeiro "samba do crioulo doido", como escreveu Stanislau Ponte Preta nos velhos tempos do jornalismo, o jornal que encomendou e pagou R$3.500,00 pela pesquisa, feita pela empresa "Tendência Pesquisa de Mercado", foi "furado" [jargão jornalístico que indica quando um veículo de comunicação publica uma notícia em primeira mão] pelo gigante de Campo Grande, o "Correio do Estado".
E mais: o advogado do Grupo Correio do Estado, Laércio Arruda Guilhem, informa ao blog que "o material enviado pela agência de publicidade, para publicação na forma de 'informe publicitário', estava impresso de maneira incorreta e, por isso, tivemos que mandar de volta, para que sofresse modificações na arte gráfica e, aí sim, pudesse ser publicado, respeitando as resoluções mais recentes do Tribunal Superior Eleitoral [em Brasília]."